Indireta para Americanas? Referência em investimentos, Warren Buffet afirma que manipulação de números é ‘nojenta’
Um dos maiores investidores do mundo, ele criticou empresas que adulteram resultados pouco depois da crise da varejista brasileira ser revelada por conta de inconsistências fiscais
Um dos homens mais ricos do mundo e grande referência em investimentos, o empresário Warren Buffett publicou no sábado, 25, a carta anual de retrospectiva da Berkshire Hathaway, empresa em que é diretor executivo e principal acionista. No texto, um trecho em específico sobre a manipulação de resultados chamou a atenção do mercado. “Um alerta importante: mesmo valores do lucro operacional que favorecemos podem facilmente ser manipulados por gerentes. Essa adulteração é frequentemente considerada sofisticada por CEOs, diretores e seus assessores. Repórteres e analistas também aceitam sua existência. Superar as “expectativas” é anunciado como um triunfo gerencial. Essa atividade é nojenta. Não é preciso talento para manipular números: apenas é necessário um desejo profundo de enganar. “Contabilidade imaginativa ousada”, como um CEO certa vez descreveu seu engano para mim, tornou-se uma das vergonhas do capitalismo”, escreveu Warren Buffet. Terá sido a fala do empresário um recado para a Americanas, que recentemente se viu em crise após a descoberta de inconsistências fiscais e dívidas bilionárias? Apesar de não investir diretamente na varejista, o recado chamou atenção devido ao caso da empresa brasileira ter vindo a público a pouco tempo. Além disso, Buffet possui investimentos e ligações diretas com o mercado acionário no Brasil. O magnata é sócio dos principais acionistas da Americanas, Jorge Paulo Lemman, Beto Sicupira e Carlos Teles. A multinacional de alimentos Kraft Heinz surgiu de uma união entre a empresa de Buffet e a 3G Capital, comandada pelo trio. O empresário norte-americano e Jorge Paulo Lemman frequentemente se encontram para reuniões de negócios e eventos sociais, portanto é possível que ele esteja ciente da situação da Americanas. E, para Buffet, a ética é uma máxima nos negócios. “Você não faz dinheiro traindo as pessoas. Lute por seus clientes, não por falsidade”, disse ele no documentário ‘Como ser Warren Buffett’, lançado em 2017. A crise da Americanas veio após a empresa declarar uma “inconsistência” contábil no balanço da companhia de R$ 20 bilhões. O montante seria de uma dívida bancária foi alocado em outra parte dos relatórios financeiros. Logo após, a varejista entrou com pedido de recuperação judicial alegando por conta de dívidas que ultrapassam R$ 43 bilhões.
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