Intenção de consumo das famílias sobe 1,2% em julho, diz CNC

Foi o sétimo crescimento consecutivo do índice; destaque fica por conta do componente de renda atual

  • Por Jovem Pan
  • 02/08/2022 17h15
Tânia Rêgo/Agência Brasil Consumidores em corredor de supermercado Famílias que ganham até dez salários mínimos impulsionaram alta

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 1,2% em julho, na comparação com junho, e chegou a 80,7 pontos na escala da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado está acima dos que foram medidos no mesmo mês em 2020 e 2021, durante a pandemia de Covid-19. O índice subiu pelo sétimo mês consecutivo, com um avanço de 15% no período. A principal influência para a subida foi o indicador Renda Atual, que avançou 2,4% em relação a junho e 23,5% na comparação com julho do ano passado.
“Os crescimentos sucessivos do rendimento real das famílias, apoiados pelas medidas de auxílio à renda, levaram à melhoria dessa percepção”, disse em nota o presidente da CNC, Roberto Tadros. Segundo ele, as famílias que ganham até dez salários mínimos foram as principais impulsionadoras do índice. Vale destacar, no entanto, que como o índice vai de 0 a 200, resultados abaixo de 100 ainda indicam insatisfação, apesar da melhora nos últimos meses.

O indicador Nível de Consumo Atual avançou 2,1%, melhor do que o 1,2% registrado em junho. Esse incremento, segundo a análise, foi puxado pelas famílias com ganhos acima de dez salários mínimos, que, devido ao fato de possuírem mais recursos para compras não essenciais, contaram com um avanço de 2,9%. Por outro lado, o menor crescimento do mês ficou por conta do índice Perspectiva de Consumo, que avançou apenas 0,2% em relação a junho. De acordo com a economista responsável pela análise, Catarina Carneiro, as famílias devem seguir cautelosas com os gastos nos próximos meses, principalmente as que tem renda de menos de 10 salários mínimos, que teve queda de 0,1% neste item. “Mesmo com o consumo atual avançando, o ambiente econômico com preços e juros mais altos motivou um cenário de moderação”, avalia Carneiro.

Os indicadores relativos ao mercado de trabalho tiveram resultados positivos: Emprego apresentou a maior pontuação do mês, 108,4, e a Perspectiva Profissional apareceu em seguida, em nível satisfatório, algo que não ocorria desde abril de 2020, registrando 100,3 pontos. Os números também indicaram que a maioria dos consumidores (45,3%) apresentou perspectiva positiva para o mercado de trabalho no próximo trimestre, fato também inédito desde abril de 2020. Ainda segundo a pesquisa, a maior parte das oportunidades de emprego está sendo direcionada para os mais jovens, fornecendo novos rendimentos para esse grupo de consumidores. Com isso, a parcela de pessoas na faixa de idade abaixo dos 35 anos apresentou satisfação no indicador Renda Atual, levando-o a alcançar 102 pontos, enquanto o grupo acima dos 35 registrou 84,1 pontos.

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