Mercado aumenta a previsão do PIB para 4,36% e prevê inflação a 5,44% em 2021

Em sétima revisão seguida, fontes do Banco Central estimam recuperação mais robusta da economia brasileira; estimativa para o IPCA se descola do teto da meta

  • Por Jovem Pan
  • 07/06/2021 11h53
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Bruno Rocha/Foto Arena/Estadão Conteúdo Analistas consultados pelo Banco Central renovaram as previsões para a recuperação da economia em 2021 Fachada da sede do Banco Central

O mercado financeiro revisou para cima a expectativa para a recuperação da economia brasileira em 2021 e renovou a estimativa para a inflação, segundo dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira, 7. Economistas e entidades consultadas pelo Banco Central estimaram que o Produto Interno Bruto (PIB) feche o ano com alta de 4,36%, na sétima semana seguida de alteração positiva. Na semana passada, a previsão estimava avanço de 3,96%, enquanto há um mês era de 3,21%. A economia nacional cresceu 1,2% no primeiro trimestre, valor acima do esperado pelos analistas. Dados divulgados nas últimas semanas já mostravam a resiliência da atividade econômica, a despeito da piora da pandemia do novo coronavírus e a disparada do número de mortes. Os números levaram a uma série de revisões do mercado para o desempenho da economia, com previsões apontando avanço de até 5,5% em 2021.

A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação brasileira, foi alterada para cima pela nona semana seguida e chegou a 5,44%, ante 5,31% na semana passada, e 5,06% há um mês. O Banco Central persegue a meta inflacionária de 3,75%, com limite máximo de 5,25% e mínimo de 2,25%. A prévia do IPCA foi a 0,44% em maio, o maior valor em cinco anos, e acumulou alta de 7,27% nos últimos 12 meses. O valor integral da inflação do mês será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na próxima quarta-feira, 9. Em entrevista à Jovem Pan, Gustavo Loyola, ex-presidente do BC, afirmou que o pico inflacionário já passou e que a recente queda do dólar, o aumento da taxa de juros e a expectativa de controle dos gastos públicos pelo governo federal deverão trazer o índice para baixo nos próximos meses. Apesar desse alívio, o acumulado no primeiro semestre fará com que a inflação encerre pouco abaixo do teto da meta.

As fontes do BC não alteraram a previsão para a Selic, o principal instrumento da autoridade monetária para o controle da inflação, e mantiveram a expectativa para alta de 5,75% ao ano. O Banco Central subiu a Selic para 3,5% no encontro de maio e já indicou novo aumento de 0,75 ponto percentual na próxima reunião, entre os dias 15 e 16 de junho, jogando o índice para 4,25%. O mercado também segurou a previsão para o dólar em R$ 5,30, o mesmo valor da semana passada, ante expectativa de R$ 5,35 há um mês. O câmbio abriu esta semana em alta, cotado a R$ 5,02.

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