Mercado financeiro aumenta expectativas para a inflação em 2021 e 2022
Entidades consultadas pelo Banco Central estimam IPCA a 8,51% ao fim deste ano, na 26ª revisão consecutiva para cima; para 2022, projeção vai a 4,14%
O mercado financeiro elevou as expectativas para a inflação deste ano e de 2022, segundo Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 4, pelo Banco Central (BC). A mediana para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial da inflação doméstica, passou para 8,51% em 2021, ante projeção de 8,45% na semana passada. Esta foi a 26ª edição seguida de revisão para cima. O BC persegue a meta inflacionária de 3,75% neste ano, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 2,25% e 5,25%. A prévia do IPCA de setembro foi a 1,14% — o maior valor desde 1994 —, e acumulou alta de 10,05% nos últimos 12 meses. Os dados consolidados serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 8. A constante revisão da previsão do IPCA para este ano já contamina as expectativas para 2022. Para o ano que vem, os analistas estimam alta de 4,14%, acima da previsão de 4,12% da semana passada. Foi a 11ª edição consecutiva com aumento da expectativa. Para 2022, a autoridade monetária nacional persegue a meta de 3,5%, com variação entre 2% e 5%.
Apesar do aumento das projeções para a inflação, o mercado financeiro manteve as expectativas para a taxa básica de juros em 8,25% ao ano em 2021, e 8,5% em 2022. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, voltou afirmar na semana passada que a autoridade monetária vai elevar a Selic até onde for necessário para cumprir a meta da inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) acrescentou 1 ponto percentual na Selic em setembro, elevando os juros para 6,25%, e indicou nova alta na mesma magnitude no encontro agendado para o fim deste mês. As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) também não sofreram alterações. Para 2021, a mediana da pesquisa do BC apontou alta de 5,04%, enquanto o ano que vem deve ter desempenho de 1,57%. A previsão para o câmbio de 2021 também ficou estável em R$ 5,20. Para o fim de 2022, o mercado aumentou levemente a projeção para R$ 5,25, ante R$ 5,24 na semana passada.
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