Mercado financeiro revisa PIB para cima e vê inflação mais alta em 2022 e 2023

Previsão para o avanço da economia neste ano passou para 0,29% após três semanas de queda, enquanto expectativa para o IPCA se distancia do teto da meta

  • Por Jovem Pan
  • 17/01/2022 11h52
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Marcello Casal Jr/Agência Brasil Sede do Banco Central, em Brasília Banco Central elabora o Boletim Focus para medir as expectativas econômicas do mercado

O mercado financeiro revisou para cima a expectativa para o avanço da economia e da inflação neste ano e em 2023, segundo as previsões publicadas no Boletim Focus desta segunda-feira, 17. Após três semanas de queda, a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 passou para 0,29%, levemente acima da projeção de 0,28% da edição passada. Para o ano que vem, a mediana da pesquisa feita pelo Banco Central (BC) com mais de uma centena de instituições indicou avanço de 1,75%. Na semana passada, a projeção para a alta das atividades era de 1,7%. Para 2021, o Focus espera alta de 4,5% do PIB.

A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação doméstica, deste ano acelerou para 5,09%, ante previsão de 5,03% na semana passada. A nova previsão afasta o patamar da meta de 3,5% perseguida pelo BC, com margem de 1,5% para cima ou para baixo, ou seja, entre 2% e 5%. Caso se confirme, será o segundo ano seguido que o IPCA estoura o teto. Em 2021, o índice encerrou com alta de 10,06%, muito acima da meta de 3,75%, com variação permitida de 2,25% e 5,25%. Para o ano que vem, a pesquisa do BC apontou para alta de 3,4%, contra a expectativa de 3,36% da semana passada. No ano que vem, a autoridade monetária deve perseguir a meta de 3,25%, com limites de 1,75% e 4,75%.

Apesar do avanço na expectativa para a inflação, o mercado manteve congelada a previsão da Selic em 11,75% ao ano em 2022 e 8% em 2023. A taxa de juros encerrou 2021 com alta de 9,25%, o maior patamar desde 2017. A autoridade monetária deixou contratada um novo acréscimo de 1,5 ponto percentual na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano, agendada para os dias 1º e 2 de fevereiro. No mês passado, o BC afirmou que a manutenção da escalada deve chegar a 11,75% ao longo de 2022, e que a Selic deve encerrar o ano a 11,25%. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, no entanto, disse que não sabe qual a taxa no final do ciclo de alta.

Os analistas também mantiveram a expectativa do dólar a R$ 5,60 ao fim deste ano. Para 2023, a expectativa é que a moeda norte-americana encerre a R$ 5,46. O câmbio fechou 2021 cotado a R$ 5,57, com desvalorização acumulada de 7,3% — o quinto ano seguido que o dólar fica acima do real. A divisa abriu a semana sem direção definida, cotado na casa de R$ 5,50.

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