Mercado financeiro prevê recuo de 6,25% na economia este ano, aponta Focus
A previsão do mercado financeiro para a queda da economia brasileira este ano chegou a 6,25%. A estimativa é apontada no Relatório de Mercado Focus desta segunda-feira (1º), publicação divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) que traz a projeção para os principais indicadores econômicos.
Essa foi a 16ª revisão seguida para a estimativa de recuo do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Na semana passada, a previsão de recuo estava em 5,89%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 3,76%
A expectativa para 2021, segundo o relatório, é de crescimento de 3,50%, a mesma previsão divulgada na semana passada. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro projetando expansão de 2,50% do PIB.
Dólar
A mediana das expectativas para o câmbio do dólar no fim do ano permanece em R$ 5,40, ante R$ 5,00 de um mês atrás. Para 2021, a expectativa é que a moeda norte-americana fique em R$ 5,08, contra R$ 5,03 da semana passada e R$ 4,75 de quatro pesquisas atrás.
Inflação
As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram novamente a previsão de inflação de 2020. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu pela 12ª vez seguida, chegando ao índice de 1,55%.
A projeção do mercado para 2020 está abaixo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.
Para 2021, a meta é 3,75% e para 2022, 3,50%, também com intervalo de 1,5 ponto percentual em cada ano. Segundo as projeções divulgadas nesta segunda, a estimativa de inflação em 2021 está em 3,10%. A previsão para os anos seguintes – 2022 e 2023 – não teve alterações, seguindo em 3,50%.
Selic
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 3% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o mercado, a expectativa é que a Selic encerre 2020 em 2,25% ao ano.
A estimativa dos analistas é que a taxa caia para esse patamar na reunião do Copom deste mês, marcada para os dias 16 e 17. Para o fim de 2021, a expectativa é que a taxa básica chegue a 3,38% ao ano. Para o fim de 2022 e de 2023, as instituições financeiras mantiveram as previsões anteriores, com índices de 5,13% e 6%, respectivamente.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Em contrapartida, o aumento da taxa básica de juros visa conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
*Com informações da Agência Brasil
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