Mercado sobe a previsão para a inflação e enxerga o PIB menor em 2021 e 2022

Expectativa com o IPCA vai a 8% ao fim deste ano, na 23ª semana seguida de revisão para cima

  • Por Jovem Pan
  • 13/09/2021 11h28
Adriano Makoto Suzuki/Flickr moedas de um real Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é calculado pelo IBGE para medir a inflação oficial do Brasil

O mercado financeiro voltou a elevar as expectativas para a inflação e a taxa básica de juros, ao mesmo tempo que reduziu a previsão para a recuperação da economia doméstica em 2021 e 2022, segundo dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira, 13. A mediana da pesquisa do Banco Central com mais de uma centena de instituições apontou para a estimativa de avanço de 8% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial da inflação, ao fim deste ano. Esta é a 23ª semana seguida de aumento da projeção. Há uma semana, a expectativa era alta de 7,58%. O BC persegue a meta inflacionária de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 2,25% e 5,25%. A inflação foi a 0,87% em agosto — o maior salto em 21 anos —, e acumulou alta de 9,68% nos últimos 12 meses. A constante revisão de alta da previsão para este ano pressiona o risco de contaminação do índice em 2022. Os analistas do mercado também mudaram para cima a estimativa do IPCA do próximo ano para 4,03%, ante projeção de 3,98% na semana passada. Para 2022, a autoridade monetária nacional persegue a meta de 3,5%, com variação entre 2% e 5%.

A alta da perspectiva com a inflação fez o mercado elevar a previsão com a Selic, o principal instrumento do Banco Central para controlar a variação dos preços. As fontes consultadas pelo BC passaram a enxergar a Selic a 8% ao ano em 2021 e 2022. Na semana passada, as previsões apontavam para 7,63% e 7,75%, respectivamente. O Comitê de Política Monetária (Copom) acrescentou 1 ponto percentual na taxa de juros no início de agosto, elevando a Selic para 5,25%. O colegiado afirmou que deve fazer novo acréscimo da mesma magnitude na reunião agendada para os dias 21 e 22 de setembro. O avanço da inflação, no entanto, faz analistas preverem aumento mais robusto, de até 1,25 ponto percentual.

A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) foi revisada para baixo pela quinta semana seguida. Para este ano, a expectativa do mercado passou para alta de 5,04%, ante previsão de 5,15% na semana passada. A estimativa para 2022 também foi rebaixada para 1,72%, contra expectativa de 1,93% na semana passada. A economia brasileira encolheu 0,1% no segundo trimestre, em comparação com os três meses anteriores, resultado abaixo das expectativas dos analistas. O mercado financeiro também revisou para cima a expectativa com o câmbio. A projeção do preço do dólar ao fim deste ano passou para R$ 5,20, ante R$ 5,17 na edição passada. A divisa norte-americana opera em queda nesta segunda-feira, cotada na casa de R$ 5,20.

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