OCDE sobe previsão do PIB do Brasil para 5,2% em 2021 e reduz estimativa para 2022
Entidade também revisou para cima as expectativas com a inflação brasileira para 7,2% neste ano, a terceira mais alta entre as 20 maiores economias do mundo
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) revisou nesta terça-feira, 21, as perspectivas para o desempenho da economia do Brasil em 2021 e 2022. Para este ano, a entidade elevou a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) para 5,2%, ante previsão de 3,7% em maio. Para o ano que vem, no entanto, a projeção de expansão das atividades recuou para alta de 2,3%, corte de 0,2 ponto percentual na previsão de quatro meses atrás. Os dados divulgados no relatório da OCDE destoam das perspectivas do mercado financeiro, que há semanas revisa para baixo a expectativa de crescimento do PIB. O Boletim Focus, que reúne a mediana de mais de uma centenas de entidades, publicado nesta segunda-feira, 20, mostrou que a previsão de avanço do PIB em 2021 é de 5,04%, enquanto a estimativa para 2022 ficou em 1,63%. A OCDE também revisou as projeções para o PIB global. Para 2021, o chamado clube dos países ricos espera que a economia avance 5,7%, queda de 0,1 ponto percentual na comparação com o relatório de maio. Para 2022, a previsão aumentou para 4,5%, ante 4,4% há quatro meses. “O PIB global ultrapassou o nível pré-pandémico, mas os hiatos na produção e no emprego permanecem em muitos países, particularmente nas economias de mercado emergentes e em desenvolvimento onde há baixas taxas de vacinação”, informou a OCDE.
O relatório da entidade também alterou para cima as previsões para a inflação brasileira. Para este ano, a OCDE estima que a variação dos preços chegará a 7,2%, ante previsão de 6,2% em maio. Para o ano que vem, a estimativa foi elevada para 4,9%, 0,9 ponto percentual acima da perspectiva anterior. Pela análise da entidade, a inflação brasileira, em 2021, será a terceira pior entre as 20 maiores economias do mundo, ficando abaixo apenas da Argentina (47%) e da Turquia (17,8%). Para 2022, a variação de preços do país será a quarta pior. “Entre as grandes economias de mercado emergentes, as surpresas positivas têm sido consideráveis na Argentina, Brasil, México, Rússia e Turquia, e é provável que persistam durante algum tempo. Condições monetárias mais apertadas em muitas destas economias devem, contudo, ajudar a limitar as pressões internas sobre os preços, particularmente na última metade de 2022.” Entre as economias do G20, a OCDE estima que a inflação encerrará este ano com alta de 3,7%, e 3,9% em 2022.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.