Onze cidades brasileiras concentram um quarto das riquezas do país; saiba quais são

Estudo do IBGE mostra maior distribuição do PIB em comparação a 2002, quando apenas quatro municípios detinham 25% da produção nacional de bens e serviços

  • Por da Redação
  • 15/12/2023 11h36
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Joel Santana/Pixabay Vista aérea da cidade de São Pauilo mostrando diversos prédios São Paulo lidera a concentração, com uma participação de 9,2% na economia

Onze cidades brasileiras concentram um quarto das riquezas do país, de acordo com os resultados de 2021 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 15. Esses dados mostram uma maior distribuição do Produto Interno Bruto (PIB) em comparação a 2002, quando apenas quatro municípios detinham 25% da produção nacional de bens e serviços. Essas 11 cidades, que abrigam 16,6% da população brasileira, foram responsáveis por quase 25% de toda a produção nacional no ano passado. A cidade de São Paulo lidera a concentração, com uma participação de 9,2% na economia. Em seguida, estão Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Curitiba, Osasco, Maricá-RJ, Porto Alegre, Guarulhos e Fortaleza. Maricá foi o município com maior ganho de participação no PIB do país em 2021, alta de 0,5 ponto percentual. Esses resultados revelam uma redução da centralização do PIB, já que em 2002 apenas quatro municípios representavam cerca de um quarto da economia nacional. Ao analisar a evolução da participação no PIB desde 2002, São Paulo e Rio de Janeiro registraram as maiores quedas, confirmando a tendência de desconcentração. A capital paulista perdeu 3,5 pontos percentuais  de participação devido à redução relativa de atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. Já o Rio de Janeiro teve uma queda de 2,3 pontos percentuais, devido à diminuição de seu peso nos serviços. Por outro lado, a cidade de Maricá teve o maior ganho no período de 19 anos, com um aumento de 0,9 percentual na participação da cidade no PIB nacional. Esse crescimento foi impulsionado pela extração de petróleo e gás. O estudo também destaca que as medidas restritivas de isolamento para conter a pandemia do novo coronavírus afetaram principalmente as localidades com maior quantidade de serviços presenciais ao longo de 2020.

Em uma análise mais ampla, 87 municípios representam metade do PIB do país, enquanto 1.306 cidades responderam por apenas 1% da produção de bens e serviços em 2021. A maioria dos municípios com menor participação na economia brasileira está nos estados do Piauí e da Paraíba. Esses dados confirmam a tendência histórica de redução relativa da importância econômica dos grandes centros urbanos. Em 2021, São Paulo passou a responder por 15,4% do PIB brasileiro, enquanto o Rio de Janeiro teve um aumento de 0,4 percentual na participação. O estudo do IBGE destaca que o número de municipalidades que somam até metade da economia local foi ampliado em comparação a 2002. Isso indica uma maior distribuição das riquezas brasileiras ao longo dos anos.

“Os resultados expressam uma recuperação econômica das capitais e outras agregações com maior participação no PIB brasileiro que, por terem como atividade principal os serviços presenciais, foram fortemente afetadas pela pandemia de COVID-19. No entanto, apesar do aumento nominal desse grupo de municípios em 2021, a participação deles no PIB ainda está aquém do patamar de 2019”, explica Luiz Antonio de Sá, analista de Contas Regionais do IBGE. “O bom desempenho de Maricá (RJ) se deve à extração de petróleo e gás. Já os cinco municípios que diminuíram sua participação foram influenciados pelos Serviços, sobretudo as Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados em São Paulo e Porto Alegre, Administração pública em Brasília e Belo Horizonte, e Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços relacionados no Rio de Janeiro”, destaca.

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