Petrobras corta 27% dos investimentos para os próximos 5 anos

Plano de estratégias 2021-2025 prevê aporte de US$ 55 bilhões, ante US$ 75,7 bilhões informados no ano passado; exploração e produção de gás e petróleo continuam sendo prioridades

  • Por Jovem Pan
  • 26/11/2020 15h23 - Atualizado em 26/11/2020 15h26
Divulgação/Petrobras refinaria Petroleira já anunciou dois reajustes para a gasolina e diesel desde a intervenção de Bolsonaro no comando da estatal

O impacto do novo coronavírus na produção do petróleo e a falta de certezas sobre a extensão da pandemia na economia mundial levaram a Petrobras cortar 27% dos investimentos para os próximos cinco anos. Segundo o plano estratégico para os anos de 2021 a 2025 aprovado pelos conselheiros da estatal na noite desta quarta-feira, 25, serão investidos US$ 55 bilhões. No planejamento divulgado no ano passado, o montante previsto era de US$ 75,7 bilhões até 2024. “A alocação está aderente ao nosso posicionamento estratégico, com foco em ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas, os quais somos donos naturais, tendo em vista a qualidade do capital humano, estoque de conhecimento tecnológico e capacidade de inovar”, informou a Petrobras em comunicado.

A maior parte dos investimentos continuará na exploração e produção de petróleo e gás (E&P), com 84% do total. Em valores, a estatal irá investir US$ 46 bilhões na área, sendo que 70% do montante (US$ 32 bilhões) será destinado aos ativos do pré-sal. No plano estratégico divulgado em 2019, a Petrobras já previa destinar 85% de todos os investimentos para os ativos de petróleo e gás, especialmente na área do pré-sal. “[…] visamos à eliminação do gap de performance que nos separa das melhores empresas globais de petróleo e gás e apresentamos o modelo de dupla resiliência: econômica, resiliente a cenários de baixos preços de petróleo, e ambiental, com foco em baixo carbono.”

O plano estratégico para 2021-2025 reforça o compromisso da estatal na redução da dívida e na desalavancagem financeira. Apesar dos impactos da Covid-19 na economia e o choque no preço do petróleo, a Petrobras afirmou que reduziu o valor da dívida bruta em US$ 31 bilhões ao longo de 2020, e que mantém a meta de atingir US$ 60 bilhões no próximo ano, a mesma previsão já informada na versão do documento divulgada em novembro de 2019. “A curva de produção de óleo e gás estimada no período 2021-2025, sem considerar os desinvestimentos, indica um crescimento contínuo focado no desenvolvimento de projetos que geram valor, com aumento da participação dos ativos no pré-sal que possuem menor custo de extração. Ao longo desse período, está prevista a entrada em operação de 13 novos sistemas de produção, sendo todos alocados em projetos em águas profundas e ultraprofundas”, informou a estatal.

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