Petróleo fica abaixo de US$ 100 com surtos de Covid-19 na China; Bolsas despencam

Extensão de medidas de restrição elevam temor de desaceleração na segunda maior economia do mundo

  • Por Jovem Pan
  • 15/03/2022 12h30
Hector RETAMAL / AFP Homem com roupa de proteção sentado na rua Funcionários chineses preparam ruas para novas restrições de mobilidade

A cotação do barril de petróleo ficou abaixo de US$ 100 nesta terça-feira, 15, com o aumento de focos de Covid-19 na China e a extensão de medidas de restrições para dezenas de províncias. Em menor intensidade, o movimento de queda também é reflexo das sinalizações de tratativas para um cessar-fogo no conflito do Leste Europeu. O petróleo tipo WTI, base no mercado norte-americano, e o tipo Brent, referência para a maior parte do mundo, incluindo a Petrobras, operavam abaixo dos três dígitos pela primeira vez desde a intensificação da guerra na Ucrânia, no fim de fevereiro. Às 12h20, o tipo WTI registrava queda de 8,6%, a US$ 94,40. A commodity chegou na casa de US$ 123 nos últimos dias em meio às sanções à Rússia. Já o tipo Brent sofria queda de 7,6%, a US$ 98,66, bastante abaixo do teto de US$ 127 atingido na segunda-feira da semana passada.

O temor pela desaceleração da economia chinesa também derrubou os mercados da Ásia. A Bolsa de Hong Kong estendeu as perdas da véspera ao fechar com forte queda de 5,7%. O resultado deixou o pregão no patamar mais baixo desde 2011. Já em Shanghai o tombo foi de 5%. O índice Nikkei, em Tóquio, encerrou o dia com leve alta de 0,1%. O clima negativo contamina os mercados na Europa. O alemão DAX operava com queda de 0,1%, enquanto o FTSE, no Reino Unido, caía 0,5%. O Stoxx 600, que reúne ações de todo o continente, registrava queda de 0,2. No caminho inverso, as Bolsas dos Estados Unidos registravam ganhos com investidores aguardando a alta dos juros locais. O Dow Jones subia 0,9% e o S&P 500 tinha alta de 1,2%. Já a Nasdaq, referência em papéis de tecnologia, operava com alta de 1,8%.

Quase 30 milhões de pessoas foram totalmente confinadas na China, em ao menos 13 cidades, além de outras em confinamento parcial, nesta terça-feira, depois que o país registrou o maior surto de Covid-19 desde o início da pandemia. Foram confirmados 5.280 casos da infecção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, de acordo com a Comissão Nacional da Saúde (CNS). A província de Jilin, no nordeste do país, foi a mais afetada, com mais 3 mil casos nesta terça. Na véspera, o governo de Pequim havia anunciado o lockdown total em Shenzhen, um importante polo de tecnologia que concentra mais de 17 milhões de habitantes.

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