Pix Caminhoneiro terá duas parcelas pagas na primeira quinzena de agosto

Pagamentos de R$ 1 mil serão destinados a transportadores autônomos; estimativa é que até 900 mil condutores sejam beneficiados

  • Por Jovem Pan
  • 16/07/2022 17h57
Aloisio Maurício/Estadão Conteúdo Os caminhoneiros apoiaram a campanha de Jair Bolsonaro à Presidência da República Público alvo são caminhoneiros que estão cadastrados no Registro Nacional de Transportadores de Cargas

O governo federal trabalha para viabilizar – com urgência – as primeiras parcelas do Pix Caminhoneiro, que é o novo auxílio social voltado para a transferência de renda para transportadores autônomos do Brasil. Com a proximidade das eleições, a proposta é que o benefício comece a ser distribuído no mês de agosto, com duas parcelas sendo pagas já na primeira quinzena do mês. Conforme aprovado em dois turnos pelo Congresso Nacional e promulgado na última sexta-feira, 16, o auxílio terá valor mensal de R$ 1 mil e validade até o mês de dezembro, somando R$ 5,4 bilhões a serem destruídos pela União. O público alvo são caminhoneiros que estão cadastrados no Registro Nacional de Transportadores de Cargas,  desde que eles estejam inscritos como transportadores autônomos até o mês de maio. A estimativa é que até 900 mil caminhoneiros sejam beneficiados.

O principal argumento para o pagamento do chamado voucher caminhoneiros é o recente aumento do óleo diesel, em razão da valorização do barril de petróleo no exterior pela guerra entre Rússia e Ucrânia. No entanto, mesmo com a antecipação dos pagamentos pelo governo federal, entre os caminhoneiros a proposta de auxílio não é bem recebida. Como a Jovem Pan mostrou,  os transportadores consideram que o benefício é um “esmola”, que não trará impactos significativos na resolução dos problemas da categoria. “É uma piada. O governo já tentou fazer isso e acha que o caminhoneiro está precisando de esmola. O povo está precisando de solução para o problema que, primeiro, é o combustível, e em segundo é resolver o problema do piso mínimo da categoria. São prioridades para mudar alguma coisa, a categoria não precisa de esmola”, pontuou José Roberto Stringasci, presidente da Associação Nacional do Transporte Autônomo do Brasil (ANTB) à Jovem Pan.

Assim como ele, o presidente da Associação Brasileiro dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, também se posicionou contra a proposta de benefícios. Em nota publicada durante a semana, ele reforçou que o benefício aprovado é uma tentativa de compra de voto do cidadão. “Caminhoneiro não é burro, não fizeram nada em três anos e meio de governo e agora vem com essa esmola que não resolve o problema”, diz o manifesto, que cita ainda o direito constitucional de greve, dando um novo alerta ao governo.  “Todos os trabalhadores, e os caminhoneiros já não aguentam mais. Essa luta não é só dos caminhoneiros, mas de todo o povo brasileiro.”

O voucher caminhoneiro faz parte de uma série de benefícios incluídos na chamada PEC das Bondades, que também inclui aumento temporário de R$ 200 no Auxílio Brasil, chegando a R$ 600 mensais até dezembro, e de R$ 53 no Vale Gás bimestral, também com validade até o fim do ano; voucher aos taxistas com valor mensal de R$ 200 a R$ 300; compensação dos Estados para gratuidade do transporte coletivo de idosos e para compensação da manutenção da competitividade entre o etanol e a gasolina, etc. Além de antecipar as parcelas do Pix Caminhoneiro, o governo federal também planeja viabilizar dois pagamentos em agosto do voucher aos taxistas.

*Com informações da repórter Katiuscia Sotomayor

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