Prates diz que orientação para reter dividendos da Petrobras veio do governo

Em rede social, presidente da estatal diz não considerar caso como intervenção, mas ‘exercício soberano’ dos controladores da empresa

  • 14/03/2024 09h00 - Atualizado em 14/03/2024 09h08
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ANDRÉ RIBEIRO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Jean Paul Prates, presidente da Petrobras,, durante Seminário Gás Brasileiro Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, usou rede social para se manifestar

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, se manifestou na noite desta quarta-feira, 13, e afirmou na rede social X (antigo Twitter), que a decisão de reter parte dos dividendos extraordinários veio do presidente Lula e de seus ministros, mas ressaltou que não considera o episódio como “intervenção na Petrobras” e sim um “exercício soberano” dos representantes do Estado brasileiro, que detém o controle da empresa. O anúncio feito na última quinta-feira, 7, de que a companhia que não pagaria dividendos extraordinários abaixo do esperado pelos acionistas, gerou queda nas ações da companhia. A reação do mercado se deu sob o receio de que o governo vinha intervindo na empresa. Por outro lado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, no início da semana, com Prates e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que esta semana, a pedido de Lula, indicou Rafael Dubeux, secretário-adjunto do Ministério da Fazenda, para o Conselho de Administração da empresa. O conselho é formado por 11 membros, dos quais seis são indicados pela União, que é a acionista majoritária da empresa. Nenhum dos seis, no entanto, foi indicação da Fazenda. Todos foram escolhidos pelos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil) ou por indicação do PT. O nome de Dubeux tranquilizou o mercado financeiro.

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Em sua postagem na noite de quarta, Prates ressaltou que considera normal a tomada de decisões conjuntamente com o governo. “É legítimo que o CA [conselho de administração] se posicione orientado pelo presidente da República e pelos seus auxiliares diretos que são os ministros. Foi exatamente isso o que ocorreu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários”, afirmou. Desde a campanha eleitoral que o levou ao terceiro mandato, Lula defende que a Petrobras reduza a distribuição de dividendos, liberando mais recursos para investimentos, estratégia oposta à adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que priorizou a remuneração dos acionistas. A direção da Petrobras queria transferir aos acionistas metade do lucro excedente de R$ 43 bilhões no ano, mas prevaleceu o entendimento dos ministérios de Minas e Energia e da Casa Civil sobre a necessidade de poupar recursos para investimentos. A proposta de retenção foi levada ao conselho por Pietro Mendes, secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério das Minas e Energia. De acordo com fontes que participaram do processo da decisão, o presidente Lula resolveu adiar a distribuição dos dividendos devido à falta de informação sobre o destino dos recursos dos dividendos, liberando os representantes da União no conselho a votar contra os dividendos extraordinários na reunião da quinta passada. Daí, a parte da mensagem no twitter de Prates sobre adiamento: “A decisão foi meramente de adiamento e reserva”, e que por isso o “mercado ficou nervoso”. “Falar em ‘intervenção na Petrobras’ é querer criar dissidências, especulação e desinformação. É preciso de uma vez por todas compreender que a Petrobras é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado brasileiro, e que este controle é exercido legitimamente pela maioria do seu Conselho de Administração. Isso não pode ser apontado como intervenção! É o exercício soberano dos representantes do controle da empresa”, escreveu.

*Publicado por Heverton Nascimento

*Reportagem produzida com auxílio de IA

 

 

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