Presidente da Petrobras afirma que estatal não pode segurar preços dos combustíveis
Joaquim da Silva e Luna considera que importações de combustíveis, quando necessárias, ficariam mais difíceis de serem realizadas
O presidente da Petrobras, general Joaquim da Silva e Luna, afirmou nesta quinta, 3, que a empresa estatal não pode segurar os preços dos combustíveis no mercado interno brasileiro durante um evento online do banco Credit Suisse. De acordo com Silva e Luna, tentar exercer um controle dos preços ao consumidor poderia levar a dificuldades maiores para fazer importações e causar desabastecimento. “A gente tem visto que isso tem sido entendido, que a Petrobras não pode segurar preços. Trabalha em cima da legalidade, tem de praticar preços de mercado”, explicou. “Esse ano tivemos um problema hídrico, o Brasil teve que acionar as termelétricas e a Petrobras teve que aumentar muito a importação de gás. Passamos de 40 navios para quase 120. É um momento sensível, mas temos esse compromisso com o desinvestimento e abertura do mercado”, completou o presidente da estatal. Hoje, a Petrobras importa 50% do gás natural consumido no Brasil.
O preço dos combustíveis se tornou um dos focos de atenção do governo federal, do Congresso e dos governos estaduais pela forte alta em 2021, que também impactou no aumento da inflação. Atualmente, a Petrobras pratica a ‘paridade de preços internacional’ (PPI), que leva em conta o preço do barril de petróleo no exterior e as flutuações do dólar, dois pontos que tiveram forte aumento no ano passado. O presidente Jair Bolsonaro (PL) culpou os governadores pelo aumento dos combustíveis, citando cobrança do ICMS, um imposto estadual. O Congresso tenta aprovar a PEC dos Combustíveis, que criaria um fundo para a estabilização do valor do óleo diesel, usado em caminhões. Ex-presidente e pré-candidato à eleição de 2022, Lula disse que, caso seja eleito, não manterá o preço da gasolina ‘dolarizado’.
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