Presidente do Banco do Brasil, André Brandão, pede demissão após atritos com Bolsonaro

Rumores da saída tomaram força em janeiro depois de indisposição com o governo federal com projeto de demissões e fechamento de agências

  • Por Jovem Pan
  • 18/03/2021 18h28 - Atualizado em 18/03/2021 21h03
Marcelo Camargo/Agência Brasil André Brandão assumiu a presidência do Banco do Brasil em setembro de 2020 André Brandão assumiu a presidência do Banco do Brasil em setembro de 2020

O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, pediu demissão nesta quinta-feira, 18, quase dois mês depois de rumores da sua saída após uma série de atritos com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O pedido de exoneração foi informado aos investidores no início da noite, após o fechamento do mercado financeiro. Brandão deixará o comando do banco em 1º de abril. “Sendo aceita a renúncia pelo Presidente da República, a indicação do novo presidente do BB deverá acontecer na forma do artigo 24, inciso I do Estatuto Social do BB”, informou o banco em nota. Os rumores da queda de Brandão a mando de Bolsonaro tomaram força após o chefe do Executivo mostrar insatisfação com o anúncio do banco de fazer uma reorganização administrativa com redução de agências e demissão de cinco mil funcionários. Brandão entrou na presidência em setembro do ano passado após a saída de Rubem Novaes.

Os atritos se intensificaram em 11 de janeiro, com a divulgação, sem o conhecimento de Bolsonaro, de um processo de reorganização do Banco do Brasil que resultaria no fechamento de agências e demissão de aproximadamente cinco mil funcionários. O alto número de demitidos não foi bem visto pelo presidente, e coincidiu com o anúncio da saída da Ford do país, o que resultaria em mais pessoas desempregadas. De acordo com o banco, com a reestruturação seria possível economizar R$ 535 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025. Apesar de a saída de Brandão ter sido dada como certa, o BB negou mudanças na gestão. Com 30 anos de experiência no mercado financeiro, Brandão foi escolhido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e passou mais de duas décadas no HSBC, onde trabalhou em diferentes funções, inclusive como chefe global do banco para as Américas e para a Europa.

 

 

 

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