Ford fechará todas as fábricas no Brasil até o fim do ano

Unidades na Bahia e São Paulo serão fechadas imediatamente, enquanto unidade no Ceará encerrará no último trimestre do próximo ano

  • Por Jovem Pan
  • 11/01/2021 16h35 - Atualizado em 11/01/2021 20h17
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Divulgação Unidades de São Paulo e Bahia serão fechadas nos próximos meses, afirmou montadora

A Ford anunciou nesta segunda-feira, 11, que encerrará as suas atividades no Brasil em 2021 com o fechamento das fábricas em Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE). Serão mantidas no país apenas as operações do Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí (SP), e sua sede regional em São Paulo. De acordo com o comunicado, as atividades nas fábricas da Bahia e São Paulo serão fechadas imediatamente, “mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda”, enquanto as operações da montadora no Ceará e estenderão até o último trimestre deste ano. As atividades no Brasil serão absorvidas pelas fábricas da companhia no Uruguai e Argentina. “Como resultado, a Ford encerrará as vendas do EcoSport, Ka e T4 assim que terminarem os estoques. As operações de manufatura na Argentina e no Uruguai e as organizações de vendas em outros mercados da América do Sul não serão impactadas”, informou a empresa em comunicado.

Segundo Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul e Grupo de Mercados Internacionais, a montadora entrará em contato com os sindicados para debater as demissões. “Trabalharemos intensamente com os sindicatos, nossos funcionários e outros parceiros para desenvolver medidas que ajudem a enfrentar o difícil impacto desse anúncio. Quero enfatizar que estamos comprometidos com a região para o longo prazo e continuaremos a oferecer aos nossos clientes ampla assistência e cobertura de vendas, serviços e garantia. Isso se tornará evidente ao trazermos para o mercado uma linha empolgante e robusta de SUVs, picapes e veículos comerciais conectados e eletrificados, de dentro e fora da região”, afirmou.

“A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável. Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global. Vamos também acelerar a disponibilidade dos benefícios trazidos pela conectividade, eletrificação e tecnologias autônomas suprindo, de forma eficaz, a necessidade de veículos ambientalmente mais eficientes e seguros no futuro”, afirmou Jim Farley, presidente e CEO da Ford.

A montadora norte-americana já havia encerrado a produção de caminhões na unidade que mantinha em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, em 2019. Segundo informações do sindicato local, a unidade mantinha 3,6 mil funcionário. Em decorrência desse anúncio, a Ford prevê um impacto de aproximadamente US$ 4,1 bilhões em despesas não recorrentes, incluindo cerca de US$ 2,5 bilhões em 2020 e US$ 1,6 bilhão em 2021. Aproximadamente US$ 1,6 bilhão será relacionado ao impacto contábil atribuído à baixa de créditos fiscais, depreciação acelerada e amortização de ativos fixos. Os valores remanescentes de aproximadamente US$ 2,5 bilhões impactarão diretamente o caixa e estão, em sua maioria, relacionados a compensações, rescisões, acordos e outros pagamentos.

Doria lamenta e sindicato se reúne

No início da tarde, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), publicou um posicionamento nas redes sociais lamentando a saída da fábrica do Brasil. “No Estado de SP, serão mantidos 700 trabalhadores em atividades no município de Tatuí e na Capital”, disse, sem detalhar como a manutenção dessas vagas será feita. Até o momento, os governadores da Bahia e do Ceará não se posicionaram sobre o assunto. Também no estado de São Paulo, o Sindicato dos Metalúrgicos convocou reunião com os trabalhadores no pátio da fábrica de Taubaté no fim do dia.

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