Prestação de serviços cresce 1,1% em julho e atinge o melhor patamar em 5 anos
Setor avança pelo 4º mês seguido em meio à flexibilização das medidas de isolamento social; atividade acumula alta de 10,7% em 2021
A prestação de serviços cresceu 1,1% em junho, na comparação com julho, o quarto mês seguido de avanço, conforme os dados divulgados nesta terça-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado deixa o setor 3,9% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e alcança o patamar mais elevado desde março de 2016. Apesar do desempenho positivo, o segmento dos serviços ainda está 7,7% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014. Na comparação com julho de 2020, o volume avançou 17,8%, a quinta taxa positiva consecutiva. No acumulado do ano, o setor cresceu 10,7. O setor foi puxado por atividades beneficiadas pela flexibilização das medidas de isolamento social. Os serviços prestados às famílias cresceram 3,8%, enquanto os serviços profissionais, administrativos e complementares avançaram 0,6%. Nos serviços prestados às famílias, o destaque ficou para o desempenho dos segmentos de hotéis, restaurantes, serviços de buffet e parques temáticos, que costumam crescer em julho devido às férias escolares. “Essas duas atividades são justamente aquelas que mais perderam nos meses mais agudos da pandemia. São as atividades com serviços de caráter presencial que vêm, paulatinamente, com a flexibilização e o avanço da vacinação, tentando recuperar a perda ocasionada entre março e maio do ano passado”, afirma o analista da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Os outros três segmentos pesquisados pelo IBGE tiveram resultados negativos. Os serviços de informação e comunicação caíram 0,4%, enquanto transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio recuaram -0,2%, e os outros serviços retraíram -0,5%. “A atividade que mais pressionou negativamente foram os serviços de informação e comunicação. Os segmentos de telecomunicações e serviços de tecnologia da informação apresentaram taxas positivas, mas houve uma pressão muito significativa da parte de audiovisual, edição e agências de notícias, que recuaram 11,6% na passagem de junho para julho”, diz Lobo. Apesar do avanço em julho, serviços prestados às famílias operam 23,2% abaixo do patamar de fevereiro de 2020. Essa é a única das cinco atividades que ainda não superou o nível pré-pandemia. “Isso é compreensível já que se trata da atividade em que há a maior concentração de serviços prestados de forma presencial. É uma atividade que lida com restrições de oferta. Alguns estabelecimentos fecharam e outros reabriram, mas ainda não operam com plena capacidade. No lado da demanda, há pressão por conta da falta de avanço da massa de rendimento das famílias e do nível de desemprego elevado, que impedem que esse serviço cresça na mesma forma que os demais apurados dentro do setor”, afirma Lobo.
Embora as atividades presenciais tenham crescido em julho, a pesquisa apontou que são as atividades não presenciais que vêm sustentando a recuperação do setor de serviços desde a fase mais aguda da pandemia do novo coronavírus, entre março e maio do ano passado. “Com o avanço da vacinação e a maior flexibilização das atividades econômicas, os serviços de caráter presencial seguem avançando, mas ainda num ritmo inferior ao de fevereiro de 2020. O que sustenta o setor de serviços no patamar um pouco abaixo de março de 2016 são os serviços de caráter não presencial, como serviços de tecnologia da informação, serviços financeiros, e armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio, que obtiveram ganhos de receita mais expressivos”, diz o analista.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.