Prévia da inflação avança 4,23% em 2020, o maior índice em quatro anos
IPCA-15 registra crescimento de 1,06% em dezembro, puxado novamente pelo encarecimento dos alimentos; alta anual está acima do centro da meta de 4% perseguida pelo Banco Central
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, registrou aumento de 1,06% no mês de dezembro e encerrou o ano de 2020 com alta de 4,23%, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor está acima do centro da meta de 4% perseguida pelo Banco Central — com margem para variar no intervalo entre 2,5% e 5,5%. Este é o maior índice anual desde 2016, quando a prévia fechou com alta de 6,58%. Em 2019, o acumulado do IPCA-15 foi de 3,91%. A variação de dezembro foi 0,25 ponto percentual acima do registrado em novembro, quando o IPCA-15 aumentou 0,81%. Foi o maior avanço mensal desde junho de 2018, quando a diferença alcançou 1,11%. O cálculo do índice levou em consideração preços coletados entre 13 de novembro e 11 de dezembro, comparado com os valores vigentes entre 14 de outubro e 12 de novembro.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial da economia brasileira, registrou alta de 0,89% em novembro e acumulou avanço de 4,31% nos últimos 12 meses. O Banco Central alterou a projeção de inflação para alta de 4,1% em relatório divulgado na semana passada, ante previsão de 2,1% esperada em setembro. Já o governo federal informou em novembro que projeta que a inflação alcance 3,1% neste ano, impulsionada principalmente pelo encarecimento dos alimentos. O mercado financeiro espera que a inflação encerre o ano a 4,3%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 21.
Entre os grupos pesquisados pelo IBGE, apenas o vestuário registrou recuo, com baixa de 0,44% em comparação ao mês anterior. Na outra ponta, o avanço foi novamente puxado pelo segmento de alimentação e bebidas, que fechou o ano de 2020 com avanço acumulado de 14,36%, o maior registro desde 2002, quando alcançou 18,11%. A alta foi puxada pelo encarecimento dos alimentos para consumo no domicílio, com ênfase para o aumento de 17,96% da batata-inglesa e 7% do óleo de soja, apesar de os dois produtos terem apresentado desaceleração em comparação ao mês de novembro. O valor das carnes, com alta de 5,53%, e do arroz, que avançou 4,96%, lideraram a variação neste mês. O grupo de transportes registrou alta de 1,43%, o segundo maior impacto no IPCA-15 de dezembro. A maior contribuição veio das passagens aéreas, com avanço de 28,31%.
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