Prévia da inflação fica em 0,44% em maio, o maior índice para o mês desde 2016

IPCA-15 contabiliza alta de 3,27% no ano, sendo o acumulado dos últimos 12 meses de 7,27%; principal impacto veio do grupo de saúde e cuidados pessoais

  • Por Jovem Pan
  • 25/05/2021 10h01
LEANDRO FERREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Pessoas caminham na rua com sacos de compra nas mãos De acordo com dados do IBGE, oito dos nove segmentos de produtos e serviços registram elevação em maio

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerada a prévia da inflação oficial, registrou desaceleração de 0,16 ponto percentual em comparação com abril, ficando em 0,44% em maio. O índice, divulgado nesta terça-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi o maior para o mês de 2016, quando a taxa foi de 0,86%. Em maio de 2020, o índice havia sido de 0,59%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,27%, sendo o acumulado dos últimos 12 meses de 7,27%, acima dos 6,17% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Para o cálculo do IPCA-15, indicador que abrange famílias com renda de 1 a 40 salários-mínimos, foram considerados preços coletados de 14 de abril a 13 de maio de deste ano, sendo comparados aos valores vigentes de 16 de março a 13 de abril. A pesquisa abrange regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

De acordo com dados do IBGE, oito dos nove segmentos de produtos e serviços registram elevação em maio, sendo que os destaques de maiores impactos ficam para Saúde e cuidados pessoais, com variação de 1,23%, Habitação (0,79%) e Alimentação e bebidas (0,48%). Por outro lado,  Vestuário (1,42%) teve a maior variação, enquanto Transportes (-0,23%) recuou no período. Entre os itens de Saúde e cuidados pessoais que influenciaram o aumento estão, por exemplo, produtos farmacêuticos (2,98%), remédios antialérgicos e broncodilatadores (5,16%), dermatológicos (4,63%), anti-infecciosos e antibióticos (4,43%) e hormonais (4,22%).  Já no grupo de alimentos e bebidas, os dados do IBGE mostram que o principal impacto veio da alimentação domiciliar, que atingiu 0,50% em maio. Entre as altas do segmento se destacam carnes (1,77%), com aumento acumulado de 35,68% nos últimos 12 meses. Entre as quedas do setor estão, por exemplo, os preços das frutas (-6,45%).

A mudança tarifária na energia elétrica no mês de maio, com adoção da bandeira vermelha, impulsionou a elevação do grupo de Habitação (0,79%), assim como a alta nas contas de Fortaleza (8,27%), Salvador (5,83%) e no Recife (5,40%). Da mesma forma, o preço do gás de botijão (1,45%), que subiu pelo 12º mês consecutivo, e o aumento no gás encanado (2,03%) também contribuíram para o aumento no segmento. Em Vestuário (1,42%), por sua vez, a alta é generalizada, com destaque para joias e bijuterias (2,35%) e as roupas femininas (2,00%). Enquanto isso, a deflação dos Transportes (-0,23%) acontece em decorrência da queda de valores das passagens aéreas, que chegaram a registrar diminuição de 37,10% em Brasília. Transportes por aplicativo (-9,11%) e do seguro voluntário de veículo (-3,18%) também contribuíram para a queda.

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