Produção industrial fecha 2021 com alta de 3,9% após dois anos de queda

Atividade registrou crescimento de 2,9% em dezembro e queda de 5% na comparação com o mesmo mês em 2020

  • 02/02/2022 11h40 - Atualizado em 02/02/2022 11h40
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MarcopoloDivulgação Homens trabalham na montagme de uma carroceria de ônibus Produção registra alta de 3,9% em dezembro após seis meses de estagnção e retração

A atividade industrial brasileira registrou alta de 3,9% em 2021, o primeiro resultado positivo após dois anos seguidos de queda, informou nesta quarta-feira, 2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em dezembro, a produção da indústria cresceu 2,9% e interrompeu a sequência de seis meses sem avanços. Com o resultado, o setor se encontra 0,9% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, no cenário pré-pandemia, e 17,7% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011. Na comparação com dezembro do ano anterior, a produção industrial caiu 5%. De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, o resultado positivo no acumulado de 2021 foi resultado do bom desempenho do setor na primeira metade do ano. “Em 2021, houve uma característica decrescente ao longo do ano, uma vez que houve ganho acumulado de 13% no primeiro semestre e, posteriormente, o setor industrial mostrou redução de fôlego. Os resultados positivos dos primeiros meses do ano tinham relação com uma base de comparação muito depreciada, já que em 2020 houve perdas bastante intensas para a indústria”, afirma.

O setor acumulou queda de 3,4% no segundo semestre em meio aos entraves gerados pela pandemia da Covid-19 nas cadeias de produção, a escalada da inflação e a intensificação da trajetória de alta dos juros. “Há os reflexos da pandemia no processo produtivo, como o encarecimento dos custos de produção e falta de matérias-primas, e também, pelo lado da demanda doméstica, inflação em patamares mais elevados e o mercado de trabalho que, embora tenha mostrado algum grau de recuperação, ainda é muito caracterizado pela precarização das condições de emprego, com pagamento de salários menores”, diz Macedo. No acumulado do ano, a indústria teve resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas e em 18 das 26 atividades investigadas pela pesquisa, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (20,3%), máquinas e equipamentos (24,1%) e metalurgia (15,4%). “É um ano em que a indústria cresce sobre um período de muita perda. Essa também é uma característica da atividade de veículos automotores, que, em 2020, teve acumulado no ano de -27,9%. Então ela segue o mesmo comportamento da indústria geral: cresce e fica no campo positivo, embora não tenha revertido as perdas do ano anterior. Em termos de produtos, o destaque fica com o avanço na produção dos caminhões”, afirma o pesquisador.

Na comparação com novembro, com a expansão de 2,9% da indústria geral, a maior parte das atividades investigadas pela pesquisa também teve crescimento. A maior influência veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, segmento que teve alta de 12,2% em dezembro. É o quarto mês consecutivo de crescimento do setor, período em que acumulou ganho de 17,4%. Os produtos alimentícios também tiveram forte influência sobre o resultado da indústria. Mesmo com alta de 2,9% em dezembro, o setor teve menor crescimento do que o apresentado no mês anterior (7,1%). “É o segundo mês de crescimento dessa atividade e esse ganho se deve, principalmente, à produção do açúcar e à volta da exportação da carne bovina para a China”, explica.

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