Puxado por mercado global, dólar tem maior queda em dois anos e meio

Diminuição das tensões nos Estados Unidos cria euforia no cenário internacional e faz moeda americana cair 3,32%, a maior baixa percentual diária desde 8 de junho de 2018 (-5,59%)

  • Por Jovem Pan
  • 12/01/2021 20h31 - Atualizado em 12/01/2021 22h43
Itaci Batista/Estadão Conteúdo Declarações de Bruno Serra, diretor de política monetária do Banco Central (BC), sobre possível manutenção da taxa Selic em 2% também contribuíram para a queda do dólar.

A amenização das tensões na política dos Estados Unidos e a perspectiva de um novo pacote de estímulos na economia americana criaram um cenário de euforia no mercado global, provocando a desvalorização do dólar após uma sequência de altas que fez a moeda ultrapassar a casa dos R$ 5,50 nos últimos dias. A divisa dos EUA caiu durante toda a sessão e encerrou esta terça-feira, 12, a R$ 5,32, com queda de 3,32%, a maior baixa percentual diária desde 8 de junho de 2018 (-5,59%). Após começar o dia depreciado, o real mostrou recuperação e liderou os ganhos à frente do rublo russo (1,9%), do rand sul-africano (1,8%), do peso mexicano (1,3%) e dólar australiano (1%).

Contribuiu bastante para queda do dólar as declarações de Bruno Serra, diretor de política monetária do Banco Central (BC), em uma live realizada hoje. Segundo ele, é possível que o Comitê de Política Monetária (Copom) reveja em breve a manutenção da taxa Selic (juros básicos da economia) em 2% ao ano. “A gente está entregando uma inflação acima do centro da meta, que nunca é desejável. Mas, como a gente está sempre perseguindo o centro da meta, que era de 4% em 2020, 4,5% é espetacularmente melhor que os 2,1% que a gente imaginava no final de setembro”, declarou Serra. A projeção do BC apresentou o Brasil como um país mais atrativo para o mercado. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, avançou 0,6%, aos 123.998 pontos.

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