Dólar engata nova alta e vai a R$ 5,50 com apreensão global por aumento de infecções

Mundo superou a marca de 90 milhões de casos de Covid-19 a despeito do início da imunização em diversos países; Ibovespa acompanha cautela internacional e fecha em queda

  • Por Jovem Pan
  • 11/01/2021 18h37
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Agência Brasil Imagem desfocada de duas notas de US$ 100 Dólar recua em meio ao alívio dos investidores com o risco de crise gerada pela empreiteira chinesa Evergrande

A apreensão nos mercados globais pelo aumento de infecções de Covid-19 fez o dólar disparar nesta segunda-feira, 11, e fechar o primeiro dia da semana com alta de 1,60%, a R$ 5,503. Este é o maior nível da moeda norte-americana desde o início de novembro de 2020. A divisa chegou a bater a máxima de R$ 5,516, enquanto a mínima não passou de R$ 5,450. O resultado mantém a tendência de desvalorização do real ante a moeda norte-americana observada desde o início do ano, apesar do enfraquecimento do dólar no câmbio internacional. Na semana passada, o dólar fechou com alta acumulada de 4,39%, cotado a R$ 5,416. O cenário de cautela e a realização dos lucros alcançados nos mercados de todo o mundo na semana passada também fizeram o Ibovespa recuar neste início de semana. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira fechou o pregão com queda de 1,46%, aos 123.255 pontos. A B3 renovou a máxima histórica na sexta-feira passada, 9, ao fechar acima dos 125 mil pontos, impulsionada pelo otimismo dos mercados globais com a definição das eleições nos Estados Unidos.

O mundo bateu a marca de 90 milhões de casos de Covid-19 neste domingo, 10, segundo a Universidade Johns Hopkins. O levantamento também aponta que mais de 1,9 milhão de pessoas morreram por conta da doença. Os EUA lideram o número de casos, com mais de 22,3 milhões de infectados. Em seguida, vêm a Índia, com 10.450.284, e o Brasil, com 8.105.790 contaminados. Rússia, com 3.366715, e Reino Unido, 3.081.305, completam o topo da lista. Em relação à mortes, os EUA também são o país mais atingido, com 374.002 óbitos, sendo seguidos por Brasil, 202.631, Índia, com 150.999, México, com 133.204, e Reino Unido, com 87.567. A despeito do início da vacinação, o avanço da doença fez com que diversos países endurecerem as restrições de atividades. Também está no radar dos investidores a volta das tensões políticas na maior potencia do mundo após a invasão do Capitólio na semana passada. Nesta segunda, membros do partido Democrata protocolaram um pedido de impeachment contra o republicano Donald Trump. Na ação, os representantes acusam o presidente de “incitação à insurreição” e afirmam que os discursos feitos por ele na última semana foram responsáveis pela violência que resultou em cinco mortos e dezenas de feridos.

Já no noticiário local, os investidores analisam os avanços para a autorização de imunizantes contra o novo coronavírus no país. Na última sexta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu pedidos do Instituto Butantan e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para aplicação emergencial de imunizantes desenvolvidos em parceria com laboratórios internacionais. A previsão é que os pareceres sejam emitidos antes do fim de janeiro. Nesta segunda, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) afirmou que a aplicação da CoronaVac no estado pode iniciar antes do dia 25 deste mês. Ele voltou a citar um suposto interesse político do governo federal na vacinação e afirmou que, em São Paulo, “começaremos a vacinar no dia 25 de janeiro. E, se for possível, com respaldo necessário da ciência, da Anvisa, do bom senso e da compaixão, iniciaremos antes. E tomara que o Brasil também comece antes. Mas aqui temos planejamento, estrutura, condições, recursos, matéria-prima e vacinas para iniciar o programa de imunização dos brasileiros de São Paulo. E o que mais desejo é que isso possa ocorrer também aos brasileiros de todo o Brasil”.

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