Reação do mercado se deve a preocupação com equilíbrio entre o social e o fiscal, afirma Campos Neto

Presidente do Banco Central defendeu que para se fazer programas sociais é preciso equilíbrio fiscal e que falta de atenção à inflação pode afetar projetos do governo 

  • Por Jovem Pan
  • 11/11/2022 17h25
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Presidente do BC, Roberto Campos Neto Campos Neto afirmou que Banco Central é órgão técnico e irá cooperar com o governo eleito

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto declarou nesta sexta-feira, 11, que o mercado está sensível ao debate sobre as contas públicas porque as diretrizes fiscais impactam diretamente a dinâmica inflacionária do país. A fala vem logo após o mercado financeiro se mostrar pessimista na quinta-feira, 10, com as propostas econômicas da equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a presença de Guido Mantega na transição. Campos Neto defendeu que para se fazer programas sociais é preciso equilíbrio fiscal e demonstrou preocupação em relação a políticas voltadas para a redução da taxa de juros. “Os mercados estão sensíveis à questão fiscal, pois estão tentando entender como o governo vai pagar as dívidas da pandemia. A gente entende que teve um gasto grande, mas queremos saber como será o planejamento para atender o social e o fiscal. A gente vê uma dinâmica positiva da inflação na margem que precisa ser confirmada. Obviamente, vai depender muito de expectativa, vai depender muito de qual vai ser o plano fiscal, qual vai ser o arcabouço fiscal à frente. Se não tiver equilíbrio fiscal e começar a afetar as outras variáveis, vai achar que fazendo um gasto adicional muito maior vai ajudar a sua causa de gerar emprego e atender a população carente, mas na realidade pode estar tendo efeito oposto. Se você desorganiza o mercado, diminui investimento, gera instabilidade, acaba gerando desemprego. Essa equação o governo tem que resolver e o Banco Central vai trabalhar junto”, afirmou. Ele ainda afirmou que, por ser um órgão técnico, o BC vai cooperar com o governo eleito.

 

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