Reformas têm de continuar para inflação permanecer baixa, diz Goldfajn

  • Por Agência Brasil
  • 28/06/2018 15h36
Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil Segundo Goldfajn, as reformas, como a da Previdência, vão ajudar também na redução dos juros e na recuperação sustentável da economia

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou nesta quinta-feira (28), em Brasília, que a continuidade das reformas na economia brasileira é essencial para manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos.

Segundo Goldfajn, as reformas, como a da Previdência, vão ajudar também na redução dos juros e na recuperação sustentável da economia.

Goldfajn destacou que um dos riscos acompanhados pelo BC era o de frustração nas expectativas sobre a continuidade das reformas e disso ser intensificado por um choque externo (alta do dólar). “Afirmamos que não poderíamos contar com o cenário externo benigno pra sempre. Sabíamos que as condições nas economias avançadas, especialmente a dos Estados Unidos, iam se normalizar. Esse último risco se intensificou”, disse.

O outro risco acompanhado pelo Banco Central era de a inflação ficar abaixo da meta. Segundo o presidente da instituição, esse risco “diminuiu significativamente”.

Hoje, o BC divulgou o Relatório de Inflação, com projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,2%, neste ano.

Sobre os efeitos da greve dos caminhoneiros na economia e na inflação, Goldfajn disse que devem ser temporários, mas o BC avalia a evolução do cenário. “Vamos acompanhar os dados para ver se haverá algum impacto perene [duradouro] ao contrário do que o nosso cenário básico diz”, afirmou Goldfajn.

Goldfajn acrescentou que nos próximos meses haverá “dificuldade maior” para analisar os dados sobre a economia por estarem “contaminados” pelos efeitos da greve dos caminhoneiros.

Ele disse ainda que, ao definir a taxa básica de juros, a Selic, o BC não olha somente as projeções para a inflação divulgadas no relatório de hoje, mas uma “gama ampla de informações” sobre os preços e a atividade econômica, “sabendo que no curto prazo vários desses dados vão ser contaminados pelo choque que a economia sofreu com a greve de transportes”.

O presidente do BC reforçou que o momento de incertezas sobre a economia não permite indicar os próximos passos na definição da taxa básica de juros, a Selic. “Não é obrigatório sempre ter uma indicação futura, depende apenas do grau de incerteza que a situação coloca.”

Câmbio

Goldfajn destacou que o BC continuará a acompanhar o mercado de câmbio, oferecendo liquidez (recursos disponíveis) ao mercado com todos os instrumentos que forem necessários. Ele reforçou que a política monetária e cambial são separadas, sem “relação mecânica” entre elas.

Em momento de alta do dólar, o BC tem feito leilões de swap cambial (venda futura do dólar). Já fez também leilões de linha (venda com compromisso de recompra) em dois dias desta semana.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.