S&P eleva perspectiva do Brasil para positiva pela primeira vez desde 2019

Agência de classificação de risco mudou avaliação do cenário do país de estável para positivo por enxergar sinais de maior certeza sobre políticas fiscais e monetárias estáveis, que podem beneficiar o crescimento do PIB 

  • Por Jovem Pan
  • 14/06/2023 17h29 - Atualizado em 14/06/2023 17h34
RONALDO SILVA/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Bolsa de Valores Ibovespa Agência espera que pragmatismo político do governo se traduza em uma estrutura estável e previsível para a política monetária

Uma das três maiores agências de classificação de risco, a S&P Global Ratings revisou as perspectivas econômicas do Brasil de um cenário estável para positivo. Além disso, a classificação de crédito soberano foi mantida em ‘BB-/B’. Isso significa que o país ainda se encontra em grau especulativo, menos vulnerável no curto prazo, porém anda enfrentando incertezas relativas às condições de negócio, financeiras e econômicas adversas. De acordo com relatório da instituição, divulgado nesta quarta-feira, 14, sinais de maior certeza sobre políticas fiscais e monetárias estáveis podem beneficiar as atuais perspectivas de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. “Nossa visão positiva baseia-se na perspectiva de que medidas contínuas para enfrentar a rigidez econômica e fiscal podem reforçar nossa visão da resiliência da estrutura institucional do Brasil e reduzir os riscos à sua flexibilidade monetária e posição externa líquida”, escreveu o grupo. O país não conseguia uma classificação positiva na agência desde 2019.

A S&P Global Ratings também considerou a alteração para um viés positivo por enxergar a forte posição externa do Brasil, uma taxa de câmbio flexível e um regime de política monetária baseado em uma estrutura de metas de inflação conduzida por um Banco Central autônomo sustentam os ratings. Além disso, mercados domésticos de capital e dívida profundos mitigam o risco de financiamento do soberano e permitem que o governo mantenha uma composição favorável de dívida, principalmente denominada em moeda local. “Além disso, esperamos que o pragmatismo político do governo se traduza em uma estrutura estável e previsível para a política monetária, esforços para conter a derrapagem fiscal e governança eficaz das entidades relacionadas ao governo, muitas delas com papéis importantes na economia brasileira”, complementaram. 

 

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