Vendas no varejo crescem 0,6% em novembro com Black Friday mais fraca

No acumulado do ano, segmento registra alta de 1,9%, mas retraiu 4,2% na comparação com o mesmo mês de 2020

  • Por Jovem Pan
  • 14/01/2022 11h14
CESAR CONVENTI/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Lojas colocam anúncios da Black Friday Temporada de descontos e liquidações mais amena impactou nas vendas do comércio

As vendas no varejo avançaram 0,6% em novembro na comparação com outubro com uma temporada de Black Friday mais fraco e com a maior parte dos segmentos registrando resultado negativo, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 14. Entre janeiro e novembro, o comércio teve crescimento de 1,9%, mesma taxa no acumulado em 12 meses. O nível mostra desaceleração das atividades ante alta de 2,6% observada nos 12 meses encerrados em outubro. Na comparação com o mesmo mês de 2020, o setor teve queda de 4,2%.

O resultado foi impactado pela escalada da inflação e a mudança de comportamento dos consumidores diante da temporada de liquidações e descontos da Black Friday, realizada no dia 26 de novembro. “O que vimos foi uma Black Friday muito menos intensa, em termos de volume de vendas, do que a de 2020, quando esse período de promoções foi melhor, sobretudo para as maiores cadeias do varejo”, afirmou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. “Isso se deve, em parte, pela inflação, mas também por uma mudança no perfil de consumo, já que algumas compras foram realizadas em outubro ou até mesmo no primeiro semestre, quando houve maior disponibilidade de crédito e o fenômeno dos descontos. Isso adiantou de certa forma a Black Friday para algumas cadeias”.

Cinco das oito atividades pesquisadas pelo IBGE tiveram retração em novembro. O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registrou alta de 0,9%, enquanto artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos subiram 1,2%. Outros artigos de uso pessoal e doméstico registraram alta de 2,2%.  Já o volume de vendas de móveis e eletrodomésticos recuou 2,3%, assim como tecidos, vestuário e calçados (-1,9%), combustíveis e lubrificantes (-1,4%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-1,4%). Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação variou -0,1%, o que indica estabilidade.

No comércio varejista ampliado, o crescimento de 0,5% no volume de vendas, em novembro, foi influenciado pelas taxas positivas de veículos, motos, partes e peças (0,7%) e material de construção (0,8%), depois dos resultados negativos do mês anterior, 0,4% e 0,8%, respectivamente.

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