Egito impediu entrada de analista dos EUA por falta de visto

  • Por Agencia EFE
  • 14/12/2014 15h30

Cairo, 14 dez (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores do Egito informou neste domingo que as autoridades aeroportuárias impediram a entrada no país da analista política americana Michele Dunne, porque tinha tentado entrar no país sem um visto específico para fins não turísticos.

Dunne, que trabalha para o programa sobre o Oriente Médio do Centro Carnegie para a Paz Internacional, denunciou ontem em sua conta pessoal no Twitter que sua entrada no Egito tinha sido negado, para onde tinha viajado para participar de uma conferência.

Segundo o Ministério, a analista tinha começado na Embaixada do Egito em Washington os procedimentos para solicitar um visto com fins não turísticos.

No entanto, segundo a nota oficial, Dunne retirou seu passaporte antes da conclusão dos trâmites para a obtenção do visto e viajou ao Egito.

“(Ela) decidiu viajar ao Egito apesar de saber perfeitamente que, devido à frequência (de suas viagens), a obtenção do visto nos portos egípcios é unicamente com fins turísticos”, justificou o comunicado.

Nos últimos dias, Dunne tinha escrito vários comentários sobre a situação no Egito dos grupos de direitos humanos, que denunciam sofrer pressões por parte das autoridades, que proibiram também o financiamento exterior destes grupos e de outras ONGs.

Em agosto o Egito já havia deportado dois dirigentes da Human Rights Watch que pretendiam apresentar na capital um relatório crítico relacionado ao despejo policial em agosto do ano passado dos acampamentos dos islamitas partidários de Mohammed Mursi, deposto pelo exército em 3 de julho de 2013.

O Instituto do Cairo para Estudos de Direitos Humanos informou esta semana que tinha decidido transferir seus programas regionais e internacionais do Egito para a Tunísia diante das ameaças que estão recebendo.

E criticou que nos últimos dois anos tiveram que levar suas atividades para outros estados no último minuto, depois de as autoridades egípcias negarem a entrada de alguns advogados árabes de direitos humanos, que receberam “um mau tratamento” no aeroporto do Cairo e foram deportados para seus países de origem sem receber explicações. EFE

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