Embratur garante sucesso da Copa e vincula críticas a interesses estrangeiros

  • Por Agencia EFE
  • 30/05/2014 16h35

Oscar Tomasi.

Lisboa, 31 mai (EFE).- O presidente da Embratur, Vicente Neto, afirmou nesta sexta-feira em Lisboa que a Copa do Mundo será um sucesso, mas admitiu a “preocupação” do governo com as críticas recebidas pela organização, embora as tenha relacionado com interesses econômicos de concorrentes estrangeiros.

“Entendemos isso como parte de uma estratégia de disputa comercial, como uma espécie de guerrilha em comunicação que também acontece em outros setores”, explicou em entrevista à Agência Efe o novo responsável pela Embratur, quando só faltam 12 dias para que comece a competição que colocará o Brasil no centro do mundo.

Neto, que assumiu o cargo há apenas um mês, garantiu a segurança de equipes e torcedores e se mostrou convencido do êxito da organização apesar das dúvidas criadas durante os últimos meses.

As imagens de grandes protestos nos quais se censura a elevada despesa com a Copa e são reivindicadas mais melhorias sociais, assim como episódios violentos entre manifestantes e policiais, deram a volta ao mundo e geraram incerteza sobre o apoio popular ao torneio.

Para o presidente da Embratur, a imagem que se projeta do país além de suas fronteiras nem sempre coincide com a realidade devido sobretudo ao interesse de alguns concorrentes do Brasil em deteriorá-la, preocupados por sua rápida ascensão em termos econômicos.

“Há um certo estímulo do lado de determinados setores em vender que as manifestações têm um tamanho que não têm e em dizer que podem representar riscos”, lamentou.

Neto lembrou que o país se colocou em questão de anos como a sétima maior economia do mundo e se situou entre as nações que mais atraem turistas (hoje ocupa a nona posição), com um potencial de crescimento neste setor muito elevado graças exatamente a eventos esportivos como a Copa e os Jogos Olímpicos de 2016.

Este rápido progresso permitiu ao Brasil “competir de igual para igual com as grandes economias do mundo”, o que lhe introduz totalmente na “forte luta que existe entre os diferentes blocos para atrair fluxos comerciais, de dinheiro e de divisas”.

“Claro que há problemas sociais, mas enfrentamos os problemas com um olhar diferente (…) Em 2003 havia 40 milhões de pessoas que passavam fome e agora estão incorporadas ao processo produtivo. É lógico que essa gente que agora já tem comida e uma casa queira mais, e o governo entende”, assegurou.

Neto insistiu ainda que o volume de manifestantes se reduziu significativamente desde a Copa das Confederações de 2013 até hoje, e lembrou que alguns dos mais recentes protestos não estão vinculados diretamente com a organização do Mundial.

O presidente da Embratur ressaltou que o debate político no país se intensificou “à medida que se aproxima o processo eleitoral”, com eleições gerais marcadas para o próximo dia 5 de outubro.

“Ao contrário de outros países do mundo, no Brasil existe má vontade por parte de setores que fazem oposição. Embora haja liberdade de imprensa, esse processo de enfrentamento também envolve os jornais”, advertiu.

Neto também criticou os que censuram a excessiva despesa por causa do Mundial e a quantificou em R$ 26 bilhões, número que comparou com os mais de R$ 200 bilhões que o governo gasta por ano em educação ou em saúde.

“Esta Copa é um grande negócio para qualquer país do mundo, e em nosso caso a utilizamos como uma plataforma de desenvolvimento”, explicou.

Neto assegurou que a maioria das infraestruturas construídas neste período beneficiarão todos os brasileiros, do norte aos sul do país, e pôs como exemplo a reforma em aeroportos, que permitirá atender a crescente demanda do turismo nacional.

Além disso, anunciou a realização de um fórum paralelo ao Mundial que trará ao Brasil 2.300 empresários de todo o planeta para fechar negócios com um impacto estimado em R$ 3 bilhões.

O presidente da Embratur também se mostrou satisfeito pela redução de preços de aviões e hotéis, o que, em sua opinião, contribuiu para poder receber os cerca de 600 mil turistas que chegarão para a Copa. EFE

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