Empate virtual em eleição provincial aquece clima eleitoral na Argentina

  • Por Agencia EFE
  • 15/06/2015 23h03

Buenos Aires, 15 jun (EFE).- O virtual empate técnico registrado entre as três principais forças políticas da Argentina nas eleições para governador na província de Santa Fé, a terceira mais povoada do país, aumenta a incerteza e aquece o clima político antes do início da campanha para os pleitos presidenciais.

Em uma região que concentra 2,5 milhões de eleitores, pouco mais de 2.100 votos separam o virtual vencedor da eleição de ontem, Miguel Lifschitz (da Frente Progressista Cívico e Social, que atualmente governa a província), de seu principal rival, o humorista Miguel del Sel, aspirante do conservador Proposta Republicana (Pró).

Santa Fé, localizada no centro do país, é o terceiro distrito eleitoral mais importante da Argentina e, com 95,45% das urnas apuradas, a diferença de votos entre os dois principais candidatos ao governo é de apenas 0,11%.

Até mesmo o terceiro aspirante na corrida, o kirchnerista Omar Perotti, mantém intactas suas esperanças de melhorar o resultado por situar-se a apenas 1,44 ponto de Lifschitz, com menos votos de diferença dos que faltam para apurar.

“É um triplo empate técnico”, comentou hoje o chefe de gabinete do governo argentino, Aníbal Fernández, para quem “hoje não se sabe quem é o governador”.

Apesar de ontem à noite tanto Del Sel como Lifschitz terem se proclamado vencedores, hoje todos os candidatos pediam cautela até que se realize a apuração definitiva, que começará nesta quarta-feira e pode demorar mais de uma semana.

“Somos cautelosos, vamos esperar o resultado definitivo”, disse hoje Lifschitz em declarações à imprensa local.

O socialista afirmou que, segundo os dados manejados por seu partido, a apuração definitiva ampliará ligeiramente sua vantagem, mas é necessário “abrir as urnas e contar os votos” para acabar com qualquer “suspeita” que possa turvar o processo.

No entanto, o conservador Del Sel também se mostrou confiante que a apuração final lhe dará a vitória e pediu que se contem os votos “um a um”.

O mesmo pedido foi feito por Perotti, que destacou que “se alguém vai ter de governar com apenas 30% dos votos” deve ter pelo menos “a legitimidade de que cada santafesino não tenha dúvida de que foi o ganhador”.

Nesse sentido, a presidente argentina, Cristina Kirchner, fez hoje uma breve referência ao pleito em Santa Fé em um ato na Casa Rosada, sede do governo, e pediu para que se deixe que os argentinos “expressem sua vontade livremente”.

“E devemos acatá-la”, acrescentou a governante em discurso em rede nacional no qual instou o “respeito ao voto” e “que cada um desses governantes se comprometa com a população”.

No último domingo também foram realizadas as eleições para o governo da província sulina de Río Negro, onde o atual governador, Alberto Weretilneck, venceu sem dificuldades o senador Miguel Ángel Pichetto, do partido kirchnerista Frente para a Vitória.

Os pleitos provinciais são encarados como um teste para medir o clima político da Argentina, que em 2015 vivencia um longo calendário eleitoral que terminará com as presidenciais para escolher o sucessor de Cristina Kirchner no próximo mês de outubro.

A primeira grande eleição em nível nacional acontecerá em 9 de agosto, com a realização das Primarias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (PASO) que definirão os aspirantes dentro de cada partido político que concorrerá pela presidência da Argentina.

Nas eleições provinciais realizadas até agora, o partido kirchnerista Frente para a Vitória conseguiu o triunfo nas gerais da província de Salta e nas primárias de Chaco, ambas no norte do país.

Por sua vez, os radicais venceram nas primárias de Mendoza (oeste) e o Pró, liderado pelo aspirante presidencial e atual prefeito da cidade de Buenos Aires, Mauricio Macri, ganhou o PASO da capital argentina.

Outra província que já se submeteu às urnas foi a sulina Neuquén, onde venceu o Movimento Popular Neuquino, que governa ali há meio século. EFE

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