Empresários afirmam que América Latina é parte da solução da crise global

  • Por Agencia EFE
  • 07/04/2015 18h11
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Panamá, 7 abr (EFE).- A América Latina “é parte da solução” para a crise global e, para se consolidar nesse papel, deve buscar uma integração plena e impulsionar a inovação, disse nesta terça-feira o presidente do Conselho Empresarial da América Latina (Ceal), o brasileiro Ingo Plöger.

Esse é a mensagem central que o Ceal espera transmitir aos líderes do continente que estarão na próxima sexta-feira e sábado no Panamá para a VII Cúpula das Américas que, com a participação de Cuba, reunirá pela primeira vez os 35 governos do continente.

Plöger integra a missão de 50 empresários filiados ao Ceal que participará na quinta e na sexta-feira de um fórum empresarial organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), uma das atividades prévias à Cúpula continental.

Os empresários entregarão aos governantes um documento com recomendações para fortalecer o setor privado e promover o desenvolvimento da região latino-americana, onde vivem ao redor de 600 milhões de pessoas, muitas delas na pobreza.

“Estamos em um diálogo com a parte política para dizer que a América Latina é uma solução, não faz parte do problema mundial”, enfatizou o presidente do Ceal, que agrupa cerca de 600 empresários da região.

Ele argumentou que a América Latina é “uma zona de paz, em que não existe nenhum conflito aberto, caracterizada por países com grande identificação cultural e que pode garantir ao mundo soluções alimentares e de recursos energéticos”.

“Partindo dessa premissa, à qual os próprios latino-americanos precisam ser convencidos, a região deve se encaminhar rumo à integração plena e aproveitar a natural criatividade de sua população para promover a inovação em todos os campos, especialmente na produção”.

“Nós estamos fazendo o convite aos líderes políticos e civis da região para pensar nas Américas sem fronteiras mentais nem físicas”, disse Plöger.

A concretização dessa ideia passa por uma integração energética e também “pelos espaços democráticos”, assim como pela promoção de um modelo educativo regional, explicou.

“Vários países estão oferecendo para as Américas e também para Ásia e Europa os recursos naturais, que podemos amparar com tecnologia, com inovações para que ganhem valor agregado”, acrescentou Plöger.

A América Latina, além disso, “é dos poucos continentes que está abastecendo sua própria população de alimentos e também está exportando-os”, além de ser “um mercado muito importante das cadeias produtivas globais”, dado o crescimento da classe média no continente, destacou.

A crise no mundo desenvolvido, que minguou o crescimento da América Latina após uma década de fartura, representa uma “oportunidade” para que a região se reinvente e para que seus líderes tracem um caminho para a prosperidade de longo prazo.

A Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal) informou hoje que calcula que o produto interno bruto (PIB) da região crescerá 1% em 2015, abaixo dos 1,1% do ano passado.

“Temos que nos esforçar muito para conseguir consolidar a região como uma plataforma para a solução dos problemas mundiais em assuntos como alimentação e energia, e tudo começa com o primeiro passo: construir a visão de uma América sem fronteiras”, insistiu.

O presidente da Ceal expressou que o órgão vê “muito positivamente o diálogo” iniciado entre Cuba e Estados Unidos em dezembro para retomar suas relações diplomáticas após mais de 50 anos de rompimento.

“Não queremos isolar ninguém, queremos incluir todos os países se for possível em um mesmo ambiente de liberdade”, acrescentou Plöger.

A II Cúpula Empresarial das Américas é um dos quatro foros anteriores à VII Cúpula das Américas. EFE

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