Entre vidros e escombros, moradores de Santos se comovem com morte de Campos

  • Por Agencia EFE
  • 13/08/2014 20h43

Isadora Camargo.

Santos, 13 ago (EFE).- Um estrondo e uma nuvem de fumaça preta marcaram tragicamente a manhã cinza e chuvosa desta quarta-feira no bairro do Boqueirão, em Santos, onde caiu o avião em que viajava o candidato à presidência pelo PSB, Eduardo Campos, além de outras seis pessoas.

Campos estava com sua equipe e seguia para a cidade do Guarujá para cumprir compromissos da campanha eleitoral.

Por volta das 10h (em Brasília), os moradores do Boqueirão, na zona do Canal 3 de Santos, escutaram duas explosões.

A segunda, de acordo com o relato de testemunhas, foi a mais poderosa e ocorreu quando a aeronave que levava Campos se chocou contra cinco residências.

“Estamos todos comovidos. Vivo a três quadras e estamos todos chocados, estou muito assustado”, comentou à Agência Efe José Cézar, morador do Boqueirão.

Os investigadores buscaram os restos mortais dos tripulantes e passageiros da aeronave enquanto os funcionários da Força Aérea Brasileira (FAB) e do exército retiraram partes do avião.

Vários membros do Corpo de Bombeiros trabalharam durante cinco horas para apagar o incêndio causado pela explosão. Cinco moradores das casas afetadas ficaram feridos. Dos sete ocupantes da aeronave, nenhum sobreviveu.

“Quando saímos, às 10 da manhã, vimos vidros no apartamento e pensamos que o prédio podia cair. Nossa janelas estavam fechadas. Não sabíamos o que estava ocorrendo. Escutamos a explosão e saímos correndo”, contou a estudante universitária Luciana Tavares.

A queda do avião comoveu a cidade de Santos. Centenas de pessoas se amontoaram para ver o que tinha ocorrido. As turbinas foram localizadas nos jardins de duas casas.

A polícia isolou a rua Vahia de Abreu e, de São Paulo, foram enviados cães farejadores para buscar os restos das vítimas, pois, devido à explosão, partes dos corpos ficaram espalhadas.

A energia elétrica foi cortada nas imediações do local do acidente e os moradores saíram assustados de suas casas com guarda-chuvas para se proteger do clima ruim.

“Chegamos pensando em resgatar as pessoas que vivem nas casas onde caiu o avião porque tínhamos a intuição de que não havia sobreviventes entre os ocupantes da aeronave”, comentou um porta-voz do Corpo de Bombeiros.

A morte trágica de Campos, de 49 anos e candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB), ocorreu em Santos, cidade vizinha ao Guarujá, onde o candidato iria participar de um congresso sobre a infraestrutura dos portos brasileiros.

Vidros e escombros molhados encheram hoje as ruas do porto de Santos e lágrimas dos partidários de Campos foram derramadas em todo o país, que lamentou a perda do jovem e carismático político, morto exatamente nove anos depois do falecimento de seu avô, Miguel Arraes. EFE

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