Escândalo de corrupção provoca mudanças na cúpula militar da Colômbia

  • Por Agencia EFE
  • 18/02/2014 22h02
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Bogotá, 18 fev (EFE).- O escândalo de corrupção no exército colombiano denunciado no domingo passado pela revista “Semana” causou mudanças na cúpula militar nesta terça-feira, encabeçadas pela retirada do comandante das Forças Militares, general Leonardo Barrero, que será substituído pelo também general Juan Pablo Rodríguez.

As especulações sobre mudanças na chefia militar começaram no próprio domingo, quando o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, ordenou seu ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, a tomar “decisões contundentes e exemplares”.

A revista “Semana” denunciou contratos arranjados no exército na compra de equipamentos, material de intendência e licitações, nos quais podem ter participado membros da cúpula militar e oficiais que estão agora presos por execuções extrajudiciais, conhecidas no país como “falsos positivos”.

A saída do general Barrero, que se justificou como uma “retirada”, foi anunciada na manhã desta terça-feira por Santos, que acrescentou que a medida foi tomada por suas expressões “desrespeitosas” sobre as investigações da procuradoria, e não por fatos de corrupção.

Na conversa à qual fez referência o líder, Barrero recomendou ao agora preso coronel Róbinson González del Rio, eixo da suposta trama corrupta: “Façam uma máfia para denunciar promotores e toda essa gentalha”.

Apesar de pedir “desculpas ao ente investigador” por “expressões inapropriadas”, Barrero qualificou nesta terça-feira como “decisão política” sua retirada em um pronunciamento realizado após o anúncio de Santos e no qual esteve rodeado de diversos comandantes militares, que o ovacionaram em sua chegada e na saída.

No lugar de Barrero, Pinzón nomeou o até agora comandante do exército, general Juan Pablo Rodríguez, enquanto este posto será ocupado pelo general Jaime Lasprilla.

Além do comandante das Forças Militares, o escândalo no exército custou o posto de outros cinco generais que foram retirados do serviço ativo.

Um deles é o general Fabricio Cabrera, chefe da Aviação e mencionado nas gravações interceptadas do coronel González del Rio e publicadas pela “Semana”, nas quais se diz que supostamente tinha a seu cargo a maior parte da contratação.

Por sua parte, o general Manuel Gerardo Guzmán, segundo comandante do Exército, com dois anos no cargo, foi retirado por baixa avaliação.

O general Jaime Reyes, chefe do Escritório de Ação Integral, esteve vinculado em um escândalo pela falta de execução do orçamento, enquanto o general Diego Sánchez saiu por idade.

O general Javier Rey, chefe de Operações no Comando Geral das Forças Militares, já tinha renunciado na segunda-feira.

“Fomos informados que havia pessoas que, por suas funções, deviam ter tomado medidas administrativas, gerenciais e de controle e não atuaram com a contundência necessária”, disse Pinzón hoje ao anunciar as baixas.

Além disso, o ministro afirmou que a comissão que estuda as denúncias de corrupção continua trabalhando pelas mãos de outros organismos de controle do Estado, e antecipou que as Forças Militares prepararão protocolos para atuar com transparência. EFE

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