Espanhóis presos por ajudar rebeldes na Ucrânia “prestavam ajuda humanitária”

  • Por Agencia EFE
  • 26/03/2015 15h32
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Madri, 26 mar (EFE).- Três espanhóis que foram detidos por combater nas milícias pró-russas na Ucrânia afirmaram nesta quinta-feira perante um tribunal em Madri que prestavam socorro humanitário nesse país e que durante sua estadia ali dispararam contra apenas um alvo.

O juiz Santiago Pedraz ouviu o depoimento de três dos oito espanhóis que foram detidos em 27 de fevereiro por combater com as milícias pró-russas na Ucrânia e que foram postos em liberdade pouco depois pela polícia sem passar pelo tribunal.

Segundo fontes jurídicas, os três negaram que foram à Ucrânia para combater e asseguraram que na realidade chegaram ao país para prestar socorro humanitário, realizando trabalhos de guarda em um refeitório social.

Após ouvir o depoimento dos três, o juiz decidiu colocá-los em liberdade depois que o promotor não pediu medidas cautelares contra eles.

Está previsto que o magistrado ouça o depoimento, no dia 19, de outros dois detidos. Os três restantes irão fazer isso por mandado de outros tribunais de Espanha.

Os três que compareceram hoje são os que foram detidos em Madri, enquanto outros cinco foram detidos em outras províncias da Espanha.

Três deles (não os que declararam hoje) são ex-militares do Exército espanhol.

Os detidos supostamente pertencem a movimentos de extrema esquerda e faziam parte de um grupo que eles mesmos fundaram sob o nome de “Brigada Carlos Palomino”.

Ambos são acusados de diversos delitos cometidos por integração e atividade nos grupos independentistas pró-Rússia da Ucrânia depois de retornarem à Espanha após participarem do conflito.

Concretamente, são acusados de delitos de cooperação ou cumplicidade em assassinatos e homicídios realizados pelos grupos e batalhões aos quais se uniram durante sua estadia em território ucraniano, assim como posse e depósito de armas e explosivos.

Os detidos tinham retornado recentemente à Espanha após viajar em 2014 para Ucrânia para supostamente se incorporar aos grupos separatistas pró-Rússia, que luta pela independência das regiões ucranianas de Lugansk e Donetsk

A detenção aconteceu por ordem de Pedraz, que recebeu uma denúncia da Promotoria contra eles baseada em um relatório policial com fotos e vídeos nos quais os detidos aparecem na Ucrânia com armas como rifles Kalashnikov.

Essas fotos foram postadas em redes sociais depois do retorno à Espanha e os agentes começaram então a elaborar um relatório com esse conteúdo para remetê-lo ao órgão competente para delitos cometidos por espanhóis no exterior.

Segundo informou o Ministério do Interior espanhol, a detenção foi a primeira operação policial realizada na Europa contra as atividades de combatentes estrangeiros no conflito ucraniano. EFE

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