Especialistas: educação de qualidade é o principal elemento contra pobreza

  • Por Agencia EFE
  • 19/05/2015 13h23

Madri, 19 mai (EFE).- Especialistas latino-americanos apostaram nesta terça-feira na educação de qualidade como principal elemento para desenvolver um modelo produtivo que alcance a diminuição da pobreza e da desigualdade na região.

Rebeca Grynspan, Secretária-Geral Ibero-Americana, Mario Pezzi, representante da OCDE, e Mario Cimoli (Cepal), junto a Germán Ríos (CAF) e Jesús Gracia, secretário de Estado espanhol de Cooperação Internacional, participaram de uma reunião sobre as Perspectivas Econômicas da América Latina em 2015, organizada pela Segib.

O ponto de partida é o relatório elaborado com a colaboração da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).

Grynspan destacou que a educação de qualidade será “chave” para alcançar a “igualdade”, uma disciplina pendente na América Latina, na sua opinião, apesar do crescimento econômico dos primeiros dez anos do século XXI.

A secretária recalcou que o relatório tenta alinhar melhor a oferta de capital humano mais formado com as necessidades de um setor produtivo mais centrado na inovação e na tecnologia, superando uma economia baseada na exploração das matérias-primas.

Por sua vez, Cimoli explicou que a redução da desigualdade e dos índices de pobreza não são conquistados apenas com políticas sociais, mas é “fundamental” a educação para poder aumentar a produtividade.

“A gente diz eduque, mas se a estrutura produtiva for a mesma, todos esses educados vão acabar dirigindo um táxi”, disse o representante da Cepal.

Cimoli ressaltou que “nenhum país da América Latina pode fazer isso sozinho”, por isso que apostou por um modelo de integração regional.

Os participantes lembraram o crescimento econômico vivido pela América Latina na primeira década do século XXI, que gerou uma classe média mais pujante, mas também apontaram o arrefecimento econômico que atinge a região desde 2012.

O próprio relatório sobre perspectivas econômicas da América Latina recolhe que em 2014 o crescimento na região foi menor do que 1,5% e prevê para 2015 uma recuperação de entre 2% e 2,5% muito abaixo da média de anos anteriores.

No entanto, a Secretária-Geral Ibero-Americana afirmou que “apesar de haver uma desaceleração, não há uma crise generalizada” na América Latina.

Segundo Pezzini, as classes médias são mais exigentes frente aos poderes políticos e “colocam os governos em uma situação de avaliação contínua”.

O representante da OCDE alertou sobre a possibilidade de rompimento do “contrato social” entre os governantes e os cidadãos, que, disse, “tem uma especial sensibilidade perante a corrupção e a deterioração institucional”.

“Necessitamos de uma nova agenda de crescimento inclusivo”, opinou Pezzini.

Por sua vez, Germán Ríos reafirmou o apoio do CAF aos países da América Latina para que possam crescer a taxas superiores a 4% a fim de melhorar a vida dos cidadãos.EFE

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