Especialistas em saúde defendem prescrição médica do exercício físico

  • Por Agencia EFE
  • 11/09/2014 17h45

Buenos Aires, 11 set (EFE).- “Os médicos têm que prescrever a atividade física”, porque é “o próximo passo essencial para combater uma epidemia de sedentarismo” que afeta 80% das crianças do mundo, afirmou à Agência Efe a especialista Patricia Sangenis, que participou de um fórum científico em Buenos Aires.

A médica cardiologista, diretora do Instituto Esporte e Saúde de Buenos Aires e relatora no Simpósio Vida Ativa e Saudável da Série Científica Latino-Americana, sustentou em entrevista à Agência Efe que pesquisas realizadas em 122 países revelam que as pessoas, “por mais que consultem a internet e aplicativos eletrônicos”, usam seu médico como “referência de saúde”.

“Não há ninguém que exerça mais influência em uma pessoa para que seja ativa” do que seu médico, destacou a especialista. Patricia acrescentou que os profissionais da saúde devem “perder o medo de prescrever atividade física, porque há outras pessoas que a indicam e nem sempre da maneira adequada”.

A médica ressaltou a necessidade de assegurar que a prática seja “segura” através de “questionários de saúde” ou de um acompanhamento médico “que permita que as pessoas façam atividade física sem correr riscos”.

“Tem que ser prático e simples” porque “tudo o que se afasta” da simplicidade, afasta “as pessoas de ter uma vida ativa”.

A especialista argentina insistiu que a atividade física recomendada pelo médico tem que ser também “divertida” e mostrar para as pessoas “um plano e seus objetivos”.

“Isto é um movimento novo no mundo”, advertiu a especialista, que indicou que provém de uma tendência implantada nos Estados Unidos, Canadá e Europa, através da qual “os agentes de saúde” transferem o lema “exercício é medicina” à população em geral.

No contexto argentino, segundo a médica, a Sociedade de Cardiologia e a Fundação Cardiológica, assim como o Comitê Olímpico Argentino já trabalham neste sentido.

“Estamos incorporando a prescrição às sociedades” disse, referindo-se às “dificuldades” que os médicos encontraram até agora para se aproximar desta prática, dado que não foi objeto de estudo.

Patricia assinalou que a tendência surgiu como recomendação gerais da Associação Americana do Coração e do Colégio Americano de Medicina do Esporte, mas celebrou que “hoje há um programa estruturado que diz que a medicina é exercício e o exercício é medicina”.

Patricia Sangenis dirige a Comissão Mulher e Esporte do Comitê Olímpico Argentino 2014, é membro da Sociedade Argentina de Cardiologia, apresentadora do programa “Esporte e Saúde” que é transmitido há 15 anos na televisão argentina e autora de três livros sobre os benefícios da atividade física.

A Série Científica Latino-Americana reúne em Buenos Aires, entre hoje e amanhã, cerca de 200 especialistas, acadêmicos, médicos e esportistas. EFE

mps/ff

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