Esquerda colombiana reitera pedido de cessar-fogo ao governo e às Farc

  • Por Agencia EFE
  • 04/05/2015 16h12
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Bogotá, 4 mai (EFE).- A esquerda colombiana e as organizações sociais que integram a Frente Ampla pela Paz insistiram nesta segunda-feira em seu pedido ao governo e às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) por um cessar-fogo bilateral e medidas para reduzir a intensidade do conflito armado que castiga o país há mais de meio século.

Em comunicado no qual avaliam o cessar-fogo unilateral iniciado pelas Farc em 20 de dezembro do ano passado e que abrange as ações em território colombiano de janeiro até o último dia 14 de abril, pedem também aos porta-vozes do governo que tenham um “linguagem cuidadosa” para que suas palavras não sejam interpretadas como “incitação contra pessoas”.

O governo colombiano manifestou em reiteradas ocasiões que um cessar-fogo bilateral deve depender de um acordo definitivo de paz e não parte do processo de negociação que acontece em Cuba desde novembro de 2012.

Este comunicado acompanha um relatório que conclui seu estudo um dia antes do ataque lançado pelas Farc no dia 15 de abril contra um pelotão de militares em uma zona rural de Buenos Aires, no departamento do Cauca, que deixou 11 uniformizados mortos e 24 feridos.

Antes desse ataque e em resposta ao cessar-fogo das Farc, o presidente Juan Manuel Santos deu a ordem no último mês de março de suspender os bombardeios contra os acampamentos dessa guerrilha em uma tentativa de reduzir a intensidade do conflito.

Após o ataque no Cauca, Santos revogou a ordem e autorizou o reinício dos bombardeios contra os acampamentos das Farc, uma guerrilha com a qual mantém diálogos de paz há mais de dois anos em Cuba.

No relatório divulgado hoje pela Frente Ampla, asseguram que durante o período de tempo analisado, ocorreram 55 ações operativas ofensivas por parte da polícia contra as Farc e a população civil que vive nas zonas nas quais esse grupo armado tem presença.

Entre essas ofensivas se destacam três sítios militares, assim como quatro operações de perseguição contra as estruturas guerrilheiras e pelo menos oito bombardeios indiscriminados, segundo o relatório, que não dá conta de ataques da guerrilha.

Além disso, segundo os dados da Frente Ampla, as Farc realizaram dois ataques defensivos contra uniformizados da polícia.

Como resultado destas ações militares, 15 guerrilheiros morreram, quatro deles em “condição de comando”, nove ficaram feridos e 16 detidos.

Dos 15 mortos, dois deles foram executados extrajudicialmente, depois de serem capturados e posteriormente apresentados como dados de baixa em combate, sempre segundo os dados da Frente Ampla.

Entre os ataques da polícia contra as Farc, incluem o que causou a morte do segundo líder da frente 30 das Farc conhecido como “Didier”, que morreu em 15 de abril, um dia depois do arco cronológico escolhido pela Frente Ampla. EFE

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