Estudo não vincula vacina contra papiloma a maior risco de esclerose
Redação Central, 6 jan (EFE).- A vacina contra o vírus do papiloma humano não está associada a um aumento do risco de sofrer esclerose múltipla e outras doenças que atacam à mielina do sistema nervoso, constatou um estudo realizado com meninas e mulheres da Dinamarca e da Suécia.
Especialistas do “Statens Serum Institut” (SSI) de Copenhague que assinam o trabalho publicado nesta terça-feira na revista médica “JAMA Internal Medicine”, garantem que suas conclusões “não respaldam as preocupações sobre uma relação causal entre a vacina quadrivalente contra o vírus do papiloma humano (qHPV) e as doenças desmielinizantes”.
Desde a autorização da vacina quadrivalente contra vírus do papiloma humano (qHPV) em 2006 e depois da bivalente (bHPV), mais de 175 milhões de doses foram distribuídas no mundo todo.
A introdução da vacina a maior escala a um novo público-alvo, o de meninas e mulheres jovens, foi acompanhado de algumas preocupações no quesito segurança, sobre sua possível relação com o desenvolvido de esclerose múltipla e outros tipos de doenças que afetam à mielina do sistema nervoso.
Uma equipe do SSI realizou um estudo com meninas e mulheres suecas e dinamarquesas com idades entre dez e 44 anos, que foram acompanhadas de 2006 a 2013.
Os pesquisadores usaram registros em nível nacional para definir o grupo de estudo, informação sobre a vacinação contra o vírus do papiloma humano e dados relativos à incidência de diagnósticos de esclerose múltipla e outras doenças desmielinizantes. No total, 3,98 milhões de meninas e mulheres formaram o grupo de estudo, sendo que mais de 789.082 foram vacinadas ao longo do mesmo período, com 1,92 dose da vacina quadrivalente.
Durante o tempo de acompanhamento, 4.322 casos de esclerose múltipla e 3.300 de doenças que atacam à mielina do sistema nervoso foram identificados, sendo que 73 e 90 respectivamente se produziram durante o período de risco, que é de dois anos após a vacinação.
Depois de analisar os dados, os pesquisadores concluíram que “não há risco de aumento da esclerose múltipla e outras doenças desmielinizantes associadas à vacina qHPV”
“Nosso estudo se acrescenta ao grupo de dados que apoiam um perfil de segurança global propício à vacina qHPV”, declarou a equipe no texto publicado. EFE
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