EUA avaliam abertura de Cuba ao sistema financeiro global

  • Por Agencia EFE
  • 09/06/2015 20h43
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Washington, 9 jun (EFE).- A secretária de Estado adjunta dos EUA para a América Latina, Roberta Jacobson, fez nesta terça-feira uma avaliação da aproximação do Banco Latino-americano de Desenvolvimento (CAF) de Cuba e ressaltou que a ilha precisará de “assistência técnica” para avançar em suas reformas para se abrir ao sistema financeiro global.

Jacobson, que é a chefe negociadora dos Estados Unidos no processo de normalização das relações diplomáticas com Cuba, se pronunciou sobre os aspectos econômicos do degelo em uma conferência no centro de estudos Wilson Center.

“Estamos vendo alguns indicativos de que Cuba quer se reinserir no sistema financeiro global”, afirmou a diplomata.

O presidente-executivo do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Enrique García, assinalou recentemente o interesse dessa instituição financeira em “explorar a possibilidade de Cuba se tornar membro deste banco”, com sede em Caracas (Venezuela) e formado por 19 países e 14 bancos privados da região.

“No grau em que (Cuba) puder trabalhar com a CAF, isso é bom, e não estaria contra nossos interesses”, disse Jacobson, que lembrou que os Estados Unidos não fazem parte dessa instituição regional.

Ela sugeriu que seria mais complicada uma integração de Cuba em organismos do continente que incluem os Estados Unidos, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

“Mas a assistência técnica para as reformas e a abertura (de Cuba) são algo crucial neste período”, ressaltou Jacobson.

A diplomata não fez nenhum comentário sobre a atual situação das negociações no processo de normalização de relações com Cuba, que teve sua quarta rodada de negociação em 21 e 22 de maio em Washington.

Depois dessa rodada Jacobson disse acreditar que não será necessária outra negociação direta, porque os temas pendentes podem ser resolvidos por meio das equipes diplomáticas nas respectivas seções de interesses em Havana e Washington.

Vários analistas interpretaram essa declaração de Jacobson e a saída de Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo, elaborada todos os anos pelo governo dos EUA, como sinais claros de que a reabertura das embaixadas pode ser anunciada em poucas semanas.

Jacobson advertiu hoje que apesar do processo de aproximação, as coisas “não vão mudar da noite para o dia, nem para o governo cubano” nem para os Estados Unidos, e afirmou não saber “quanto tempo passará até que haja mudanças legislativas” no Congresso americano, incluindo o fim do embargo. EFE

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