EUA debatem sobre armamento à Ucrânia e não levarão decisão a reunião da Otan

  • Por Agencia EFE
  • 04/02/2015 14h10

Bruxelas, 4 fev (EFE).- Os Estados Unidos continuam seu debate político interno sobre a possibilidade de entregar armamento à Ucrânia para combater os rebeldes pró-Rússia e não levarão uma conclusão à reunião de ministros da Defesa da Otan de quinta-feira, disse o embaixador americano perante a Aliança, Douglas Lute.

“Há uma discussão política nacional em Washington que continua em andamento. Não acho que (o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck) Hagel anuncie nada novo amanhã, nem uma mudança na política”, informou Lute em entrevista coletiva prévia à reunião ministerial aliada.

Hagel renunciou como chefe do Pentágono no dia 24 de novembro e permanecerá no cargo até que o Senado dos EUA confirme seu sucessor, posto para o qual o presidente Barack Obama indicou Ashton Carter.

Embora a discussão sobre a possibilidade de enviar armas ao Exército ucraniano não esteja na ordem do dia dos ministros, segundo fontes diplomáticas, será abordada a situação na Ucrânia durante a reunião de almoço, na qual está previsto que falem das ameaças à Aliança no leste e o sul de suas fronteiras.

Lute disse que é necessário avaliar as “vantagens e desvantagens” e os “custos e benefícios” de dar armas aos ucranianos, e considerou que a “melhor maneira” de reduzir a tensão da crise no leste da Ucrânia é chegar a “uma solução pacífica”.

Por enquanto, Washington apenas concede a Kiev equipes militares não letais, mas a imprensa americana informou que o recuo das tropas ucranianas desde o início do ano fez com que o assunto voltasse à agenda.

Os partidários da provisão, entre congressistas e diplomatas americanos, defendem a entrega de sistemas antitanque e antiaéreos, radares e drones no valor de US$ 3 bilhões à Ucrânia.

“Se dermos novos passos, seria preciso ver que efeito teriam na coerência das sanções que já se estão sendo aplicadas. Melhor não dar passos que rompam a coerência das sanções econômicas em andamento e que tenham um bom impacto”, explicou Lute.

O embaixador americano também enfatizou que, “nas últimas semanas, há mais efeitos de armamento pesado russo no leste da Ucrânia”.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, se mostrou convencido na terça-feira que, se necessário, os Estados Unidos e outros sócios parceiros ocidentais fornecerão armamento às forças ucranianas. A Rússia, que continua a negar a presença de suas tropas no grupo rebelde no leste da Ucrânia, advertiu que essa possibilidade teria “consequências irrevogáveis”.

Em Budapeste, a chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou na terça-feira uma possível provisão de armas a Kiev.

De Paris, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, acusou no sábado passado a Rússia de violar as fronteiras de seus vizinhos, em particular com a ajuda “em massa” dos separatistas do leste da Ucrânia, mas descartou qualquer intervenção porque “não há solução militar para esta crise”. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.