EUA denunciam que forças russas participam dos distúrbios na Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 14/04/2014 17h47
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Viena, 14 abr (EFE).- Os Estados Unidos e a Ucrânia denunciaram nesta segunda-feira em Viena que há indícios de que agentes russos participam das violentas tomadas de edifícios governamentais no leste ucraniano, enquanto Moscou alertou que, se Kiev responder com violência a essas “manifestações”, poderia explodir uma guerra civil.

Daniel Baer, embaixador dos Estados Unidos perante a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) assinalou que foi documentada a presença de pessoas com armas de fabricação russa e que se pode obter no país, assim como com equipamentos que coincidem com os usados pelo Exército da Rússia.

Baer, que participou em reunião do Conselho Permanente da OSCE, insistiu que a forma na qual estão sendo realizados os ataques em várias cidades ucranianas apontam para uma “força profissional coordenada e altamente treinada”.

“E o único ator na região capaz de fazer isso é a Federação Russa”, indicou.

Segundo Baer, “as pessoas, muito treinadas e que estão realizando essas operações têm armas russas e uniformes militares sem marcas como vimos na Crimeia. Está bastante claro de onde vem tudo isto”.

O embaixador disse que todos os indícios apontam que estes fatos “muito bem orquestrados” têm sua origem em Moscou e assegurou que a Rússia tem todas as possibilidades de diminuir a tensão se desejar.

Por sua vez, o representante da Ucrânia perante a OSCE, Ihor Prokopchuk, declarou que, apesar das informações serem limitadas, há elementos no equipamento desses grupos que “indicam que pertencem à Federação Russa”, embora tenha reconhecido que também há manifestantes locais que apoiam essas ações.

Prokopchuk pediu que outros 200 observadores da OSCE se somem aos 100 analistas já desdobrados no terreno para reunir informações sobre o que está ocorrendo.

O embaixador russo Andrei Kelin negou que haja tropas ou agentes de seu país em território da Ucrânia e repetiu a tese de Moscou de que o que ocorre em várias cidades ucranianas são protestos de cidadãos com reivindicações que considerou justas.

“Mais autonomia, mais poder para as autoridades locais e um estatuto oficial para o idioma russo”, enumerou Kelin, que assegurou que seu governo faz o possível para que a situação se tranquilize, mas lembrou que Moscou “não manda sobre o povo que se está manifestando”.

O representante do Kremlin criticou que a resposta das autoridades de Kiev perante esses protestos tenha sido anunciar uma operação antiterrorista e o uso das Forças Armadas e advertiu que essa atitude é perigosa e pode dirigir a uma guerra civil. EFE

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