EUA e UE imporão medidas muito sérias à Rússia se ela não cede diz Kerry

  • Por Agencia EFE
  • 13/03/2014 14h23
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Washington, 13 mar (EFE).- O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, alertou a Rússia nesta quinta-feira que se não abandonar suas intenções de anexar a península da Crimeia, na Ucrânia, após o referendo deste fim de semana, a União Europeia (UE) e os EUA responderão com medidas “muito sérias” na própria segunda-feira.

“Haverá uma resposta de algum tipo ao referendo em si e, além disso, se não houver passos para avançar rumo a uma solução haverá uma série de medidas muito sérias na segunda-feira na UE e aqui. Mas nossa esperança é que não nos coloquem na posição de ter de fazer isso”, disse Kerry em uma audiência no Senado.

Kerry conversou hoje novamente por telefone com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, com quem também se reunirá amanhã em Londres para tentar chegar a uma solução diplomática à crise na Ucrânia.

“Nossa esperança é que prevaleça a sensatez (na Rússia), mas não há garantias que isso vá acontecer”, admitiu Kerry, que também fez uma conferência telefônica com vários ministros das Relações Exteriores europeus “preocupados” com os avanços russos.

Kerry lembrou que os ministros das Relações Exteriores da UE têm uma reunião na segunda-feira para decidir se impõem sanções específicas à Rússia pela situação na Ucrânia, e o presidente americano, Barack Obama, ordenou compilar uma lista de possíveis sanções aos indivíduos russos vinculados à incursão na Ucrânia.

“Teremos uma lista clara de quem estará incluído se não pudermos impulsionar o processo (diplomático)”, ameaçou o secretário de Estado na audiência do Comitê de Despesas do Senado.

Kerry reconheceu que “não há muitas dúvidas, dadas as circunstâncias, de qual será o resultado” do referendo de domingo na república autônoma da Crimeia para deixar de pertencer à Ucrânia e se integrar na Federação Russa.

“A questão é se a Rússia estará disposta a resolver isto de uma forma diplomática e que respeite seus interesses legítimos”, acrescentou. “Não há nenhuma justificativa nem legalidade para este referendo”, ressaltou.

Segundo Kerry, há “grandes sinais que apontam” para a não disposição da Rússia em ceder na Crimeia, como previu o ex-secretário de Defesa americano Robert Gates.

“Mas também há sinais que poderíamos conseguir algo que não chega a ser uma anexação completa. Não saberemos a resposta até nos reunirmos amanhã com Lavrov”, indicou.

Kerry ressaltou a necessidade de “não criar histeria ou preocupação excessiva” sobre a possibilidade de uma anexação da Crimeia por enquanto, e explicou que, segundo as estimativas americanas, agora há cerca de 20 mil soldados russos nessa península, cinco mil a menos do máximo permitido no acordo de bases entre Rússia e Ucrânia.

“Também não têm os recursos nos lugares necessários para poder entrar na Ucrânia e tomar todo o país, mas isso poderia mudar muito rapidamente”, apontou Kerry, que considerou que a Rússia sentiria os efeitos do “isolamento” internacional antes de poder concluir qualquer incursão militar. EFE

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