EUA iniciam com países aliados os ataques aéreos contra o EI na Síria

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2014 00h23
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Washington, 22 set (EFE).- Os Estados Unidos e nações aliadas iniciaram nesta segunda-feira a ofensiva de ataques aéreos contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria, anunciada há duas semanas pelo presidente americano, Barack Obama, informou o Departamento de Defesa do país.

“Forças dos Estados Unidos e de nações aliadas começaram os ataques contra o EI na Síria usando uma combinação de caças, bombardeiros e mísseis Tomahawk”, anunciou no Twitter o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby. EFE

O Comando Central dos Estados Unidos tomou a decisão de iniciar os bombardeios sobre o EI na Síria hoje após receber a autorização de Obama, explicou Kirby em um breve comunicado no qual não detalhou mais informação sobre os ataques “dado que a operação está em andamento”.

O porta-voz não precisou quem são as “nações aliadas” que participam dos ataques junto aos Estados Unidos, nem o ponto geográfico onde estão ocorrendo.

Fontes oficiais informaram à emissora “CNN” que os bombardeios aconteceram em um dos fortes do EI na Síria, a cidade de Raqqa, e que todas as nações que colaboram com os Estados Unidos nestes ataques são árabes.

Com o início dos ataques na Síria já estão em andamento todas as operações da ofensiva contra o EI anunciadas por Obama em um solene discurso à nação no último dia 10 de setembro.

O presidente americano tinha resistido até este mês de setembro a atacar na Síria, onde há um ano se negou a intervir contra o regime de Bashar al Assad pelo uso de armas químicas.

O avanço nos últimos meses do EI, um grupo fortalecido na guerra civil Síria, e a brutalidade de suas decapitações filmadas de ocidentais obrigaram Obama a lançar uma nova operação militar no Oriente Médio após uma década de guerras no Iraque e Afeganistão, herdadas de George W. Bush.

Obama insiste que esta operação será diferente das anteriores porque em nenhum caso implicará no envio de tropas terrestres americanas no terreno, mas enfrenta o ceticismo dos que acreditam, inclusive dentro do Pentágono, que é impossível vencer o EI sem combates em terra.

Desde o anúncio da ofensiva em 10 de setembro, a Administração Obama e o Congresso dos Estados Unidos foram dando passos para materializar a estratégia desenhada pelo presidente.

No dia 15, os Estados Unidos lançaram o primeiro ataque contra o EI perto de Bagdá no marco da ampliação de sua ofensiva no Iraque com o envio de mais 475 militares, um número que completa um total de mais de 1.600 desde o início dos ataques aéreos nesse país em 8 de agosto.

Até então a ofensiva americano contra o EI no Iraque tinha se limitado a posições dos jihadistas no norte do país para proteger seu pessoal ou por razões humanitárias.

Três dias depois, o Congresso americano autorizou o armamento dos rebeldes sírios que lutam contra o Estado Islâmico, um “elemento-chave” para Obama em sua estratégia para conter o grupo jihadista.

O Estado Islâmico não só ganhou poder e terreno nos últimos meses, mas também visibilidade. Seus avanços no Iraque e as brutais decapitações de ocidentais comoveram o mundo e apresentaram este grupo como uma ameaça mais temível ainda que Al Qaeda.

Os Estados Unidos continuam construindo uma coalizão o mais ampla possível que o país, ao contrário do ocorrido nos anos de George W.Bush, não atue sozinho.

A outra linha vermelha é que não haja tropas de combate terrestres nem no Iraque nem na Síria, motivo pelo qual o presidente americano insiste que esta operação não será um novo Iraque nem um novo Afeganistão. EFE

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