EUA votam para decidir maioria do Congresso
Cristina García Casado
Washington, 4 nov (EFE).- Os americanos votam nesta terça-feira se entregarão ou não o controle total do Congresso aos republicanos, que precisam de apenas seis cadeiras para tomar o Senado dos democratas e conseguir uma vitória que limitaria a margem de atuação do presidente Barack Obama em seus últimos dois anos na Casa Branca.
Nas eleições de metade de mandato (do presidente) desta terça-feira será renovada toda a Câmara dos Representantes, na qual os republicanos poderiam ampliar sua maioria; um terço do Senado e 36 governadores, além de outros cargos públicos.
Cerca de 206 milhões de americanos formam o eleitorado destas eleições legislativas, segundo os últimos dados do Censo, mas apenas 145 milhões estão registrados para votar.
Um número recorde de latinos estão aptos para votar nestas eleições, 25,2 milhões (11% do total), mas sua proporção menor nos estados mais disputados impedirá que esse crescimento em nível nacional seja notado consideravelmente neste pleito, segundo dados do Pew Research Center.
Historicamente, as “midterms” atraem menos eleitores que as presidenciais (é esperada uma participação de 40% dos eleitores) e chegam à população como um referendo sobre a gestão do partido que ocupa a Casa Branca, que sempre perde cadeiras no Congresso neste pleito.
Nesta ocasião, com Obama em momento complicado e com apenas 40% de popularidade há meses, os republicanos focaram seus esforços na busca de votos contra as políticas do presidente.
O eleitor mais assíduo às legislativas é o homem republicano, branco e de mais idade, enquanto os que menos participam são os apoiadores do Partido Democrata: jovens, minorias e mulheres.
Por esse motivo, os democratas se apressaram nas últimas horas da campanha para mobilizar esses coletivos, para evitar governar por dois anos com um Congresso controlado totalmente pelos republicanos.
O controle do Senado será decidido em dez estados-chave: Colorado, Carolina do Norte, Geórgia, Louisiana, Arkansas, Alasca, Kansas, Iowa, Kentucky e New Hampshire.
Pesquisas dão como certo o triunfo republicano na Virgínia Ocidental, Montana e Dakota do Sul, onde a saída dos senadores democratas deu espaço à oposição.
Se a decisão do Senado for apertada na Louisiana ou na Geórgia, o controle da câmara alta poderia ser uma incógnita até o início do ano que vem porque as regras de ambos os estados exigem um segundo turno, que será realizado no dia 6 de dezembro e no dia 6 de janeiro, respectivamente, se necessário.
O candidato independente pelo Kansas, Greg Orman, ainda não disse se votará com os republicanos ou com os democratas se vencer. O Alasca, último estado a fechar os centros de votação, tem um histórico de lentidão na apuração.
Em 2008, o resultado definitivo da batalha pelo Senado só foi apurado duas semanas depois do dia das eleições.
O líder da minoria republicana, Mitch McConnell, passará a liderar a câmara alta se seu partido ganhar o Senado e ele conseguir a reeleição em Kentucky. McConnell já prometeu desmantelar o legado legislativo de Obama assim que assumir o comando. No entanto, a maioria das leis requerem 60 votos e o presidente tem o poder de veto.
Embora os republicanos não possam reverter a ação legislativa de seis anos da presidência de Obama, se tomarem o controle absoluto do Congresso impedirão que o líder realize algumas de suas grandes promessas eleitorais restantes.
Com exceção à lei para transformar o sistema de saúde, aprovada quando os democratas ainda controlavam as duas câmaras do Congresso, Obama não pôde realizar outras de suas medidas prioritárias, como a reforma migratória, o fechamento da prisão de Guantánamo ou o aumento do salário mínimo.
Obama teve uma relação difícil com o Legislativo desde que, em 2010, seu partido perdeu a Câmara dos Representantes. Os Estados Unidos chegam às eleições desta terça-feira com o Congresso mais dividido de sua história e um dos menos produtivos. EFE
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