Ex-militar chileno será julgado nos EUA por tortura e execução de Víctor Jara

  • Por Agencia EFE
  • 15/04/2015 13h12
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Miami (EUA.), 15 abr (EFE).- O ex-militar chileno Pedro Barrientos será julgado nos Estados Unidos pela “tortura e execução extrajudicial” do cantor Víctor Jara em 1973, informaram nesta quarta-feira fontes judiciais.

Uma corte judicial do distrito de Orlando (Flórida) concordou em julgar o ex-militar e aceitar a demanda apresentada por Joan Jara e Amanda Jara, esposa e filha do cantor, respectivamente.

No entanto, o tribunal rejeitou julgar Barrientos por “crimes de contra a humanidade”.

Uma das organizações a cargo da demanda, a Center for Justice and Accountability (CJA), aplaudiu a decisão adotada pelo tribunal, mas disse que é “decepcionante” que tenham sido excluídos os crimes contra a humanidade.

“O assassinato de Víctor Jara e milhares de crimes cometidos sob o regime de Pinochet deveriam ser chamados como o que são, um crime de contra a humanidade”, assegurou Almudena Bernabeu, advogada do CJA.

“A família Jara está perto de conseguir esse esperado julgamento”, expressou a CJA, que apresentou a demanda em 2013 junto com os parentes do cantor.

Barrientos, tenente aposentado do Exército chileno e cidadão americano, tinha solicitado em março o desprezo desta demanda por considerá-la carente de “jurisdição”.

“Chegou 40 anos depois que ocorreram os fatos, 24 depois que me radiquei nos Estados Unidos e 23 depois que Augusto Pinochet foi removido de seu cargo”, diz Barrientos nos documentos da corte.

O ex-militar, com residência em Deltona, no norte da Flórida, é acusado nos Estados Unidos de “tortura e assassinato” de Víctor Jara durante a “detenção em massa de milhares de intelectuais e líderes políticos”.

Jara foi assassinado cinco dias depois do golpe militar de 11 de setembro de 1973 após ser torturado durante vários dias em um local onde permanecia detido junto com centenas de partidários do derrubado governo de Salvador Allende (1970-1973).

O governo chileno solicitou em 2012 aos EUA a extradição de Barrientos e o Programa de Direitos Humanos do Ministério do Interior se constituiu como parte querelante no caso. EFE

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