Exército israelense mata 6 crianças palestinas em bombardeios em Gaza

  • Por Agencia EFE
  • 16/07/2014 17h02

(Atualiza número de mortes).

Javier Martín.

Gaza, 16 jul (EFE).- O exército de Israel matou seis crianças palestinas em dois bombardeios, um deles em uma rua da cidade de Khan Yunes, e outro em uma praia de Gaza próxima ao hotel onde muitos jornalistas internacionais estão hospedados.

De acordo com testemunhas, quatro crianças se divertiam na praia citada durante o entardecer e, após ouvirem um primeiro disparo, começaram a correr. Na sequência, um segundo projétil, aparentemente procedente de uma das embarcações direcionadas à Faixa, as atingiu.

“Estávamos aqui na praia, como costumamos fazer. Os meninos estavam correndo e brincando quando o míssil caiu. Que alvo estratégico há aqui? Os israelenses dizem que atacam o Hamas, mas onde está o Hamas aqui? Só mataram civis e, o pior, crianças”, disse Hatem, um dos homens que estava no local.

Onde está a comunidade internacional? Onde estão os direitos humanos?”, completou.

Consultado pela Agência Efe, uma porta-voz militar israelense evitou se pronunciar sobre esse ataque, embora o “Canal 1” tivesse informado que o exército já abriu uma investigação para apurar as denúncias apresentadas pelos palestinos.

Segundo a fonte citada, um membro do Estado-Maior com categoria de general supervisiona toda a operação israelense com a única missão de investigar este tipo de casos.

Mesmo assim, com estas novas mortes, o número de crianças palestinas mortas nessa ofensiva israelense foi elevado para 45. Essa é terceira ofensiva contra Gaza – conhecida como operação Limite Protetor – desde 2007, quando o movimento islamita Hamas assumiu o controle da faixa.

Nesta última ofensiva bélica, o exército israelense já matou 220 palestinos, sendo 75% deles civis, e outros 1,5 mil ficaram feridos. Segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, entre os mortos também há 26 mulheres e dez idosos.

Poucas horas depois do ataque na praia, pelo menos duas crianças morreram em outro bombardeio, desta vez em uma rua da cidade de Khan Yunes, no sul da Faixa. Nesta ação, além das crianças, mais três pessoas foram mortas, sendo duas delas mulheres.

Segundo as testemunhas, as cinco pessoas caminhavam pela rua pouco antes do término do Ramadã quando um míssil israelense atingiu um dos edifícios próximos.

Segundo dados da ONU e das autoridades de Gaza, nos mais de 1,8 mil bombardeios registrados sobre a Faixa desde o início da ofensiva, mais de 200 casas e edifícios foram destruídos, deixando quase mil famílias sem abrigo.

Segundo Antonio Menéndez de Zubillaga, coordenador de Proteção de Direitos da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) em Gaza, cerca de 20 mil pessoas buscaram amparo nas escolas deste organismo, além dos “milhares” que se dirigem a esses centros somente para passar a noite.

“Aqui em Gaza não há nenhum lugar seguro. Aqui a população não tem refúgios antiaéreos”, acrescentou Menéndez, que também fez questão de advertir que a situação humanitária começa a ser “insustentável” na região. EFE

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