Expectativa da Focus para a retração do PIB em 2016 passa de 3,73% para 3,77%

  • Por Agência Estado
  • 11/04/2016 09h43

Bandeira do Brasil do lado de fora da sede do Banco Central REUTERS/Ueslei Marcelino Bandeira do Brasil do lado de fora da sede do Banco Central

O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 11, pelo Banco Central (BC), trouxe mais deterioração das previsões das instituições privadas para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano. A estimativa de recuo passou de 3,73% em 2016 para queda de 3,77% – um mês atrás estava em -3,54%.

Pelos cálculos do BC, apresentados no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março, o PIB terá retração de 3,50% este ano. Três meses atrás, a autarquia previa queda de 1,9%. Para 2017, a previsão do mercado ainda é de alta da atividade, de 0,30%, assim como já havia sido apontado na edição anterior da Focus (quatro semanas antes estava em 0,50%).

Já a produção industrial, após forte tombo na semana passada, mostrou pequena recuperação. A mediana das estimativas do mercado saiu de queda de 5,80% para recuo de 5,60% – um mês atrás, estava em -4,45%. Para 2017, a previsão ainda continua no terreno positivo, em 0,69% – estava em 0,50% quatro semanas antes.

Para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2016, a mediana das previsões saiu de 41,10% para 41,20% de uma semana para outra, ante 41,00% de quatro semanas antes. 

Para o Banco Central, a relação dívida/PIB ficará em 41,6% no fim deste ano, segundo estimativa apresentada pelo chefe do Departamento Econômico da instituição, Tulio Maciel, no fim de março. Esta previsão leva em conta os parâmetros da pesquisa Focus.

No caso de 2017 no boletim Focus, as expectativas permaneceram em 46,20% de uma edição para a outra – no boletim divulgado há um mês a taxa era de 45,00%.

Balança comercial

Com os indicadores que têm passado pelas maiores transformações no Relatório Focus nos últimos tempos, o setor externo apresentou variações menores na edição de hoje. A balança comercial de 2016 deve apresentar superávit de US$ 45 bilhões ante previsão anterior de US$ 44,80 bilhões e de US$ 41,20 bilhões de um mês atrás. 

Para 2017, as estimativas seguiram em US$ 50,00 bilhões de uma semana para outra – o volume apontado um mês antes era de US$ 43,20 bilhões. 

No caso das previsões para a conta corrente, houve um ajuste para cima, depois de meses de tendência de previsão de rombo menor. Para 2016, a mediana das expectativas passou de um déficit de US$ 19,90 bilhões para US$ 20,00 bilhões. Um mês atrás, estava em US$ 24,10 bilhões. A atualização da estimativa feita pelo Banco Central na semana passada foi para US$ 25 bilhões. 

Já para 2017, a perspectiva do mercado financeiro é de um rombo de US$ 18 bilhões, volume maior do que o apontado na edição anterior, de US$ 17,50 bilhões. Quatro semanas atrás, a perspectiva era de déficit de US$ 19,41 bilhões. 

Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir esse resultado deficitário nos dois anos. A mediana das previsões para o indicador segue em US$ 55,00 bilhões pela décima sétima semana consecutiva, no caso de 2016. Para 2017, a perspectiva de volume de entradas subiu de US$ 54,00 bilhões para US$ 55,00 bilhões – estava em US$ 56,25 bilhões um mês atrás. 

Na semana retrasada, o BC atualizou suas projeções para o resultado do setor externo em 2016. Segundo a autoridade monetária, as transações correntes terão déficit de US$ 25 bilhões, menor do que o esperado antes. Para a balança comercial, a nova expectativa é de superávit de US$ 40 bilhões e, para o IDP, o BC manteve a previsão de ingresso de US$ 60 bilhões este ano.

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