Família de jovem negro morto por polícia nos EUA ganha indenização milionária
Washington, 8 set (EFE).- A família de Freddie Gray, jovem negro de Baltimore que morreu em abril em consequência dos graves ferimentos que sofreu enquanto estava sob custódia policial receberá uma indenização de US$ 6,4 milhões, publicou nesta terça-feira o jornal “Washington Post”.
A morte de Freddie Gray, de 25 anos, reacendeu o conflito racial dos Estados Unidos com protestos, saques e distúrbios que provocaram a declaração de estado de emergência em Baltimore, assim como o desdobramento da Guarda Nacional, a instauração do toque de recolher e centenas de detenções.
Segundo o jornal, funcionários da cidade de Baltimore anunciarão hoje oficialmente o acordo para compensar com US$ 6,4 milhões pela via civil a família de Gray, que morreu após passar uma semana em coma em consequência de uma lesão de coluna sofrida durante sua detenção.
Seis agentes da polícia local – três negros e três brancos – são acusados da morte de Gray.
A acusação mais grave, de assassinato em segundo grau, foi apresentada contra o agente afro-americano Caesar Goodson, que conduzia a viatura em que Gray se machucou.
Gray pode ter sido submetido à prática conhecida como “passeio do cowboy”, em que os detidos são levados sem cinto de segurança na parte de trás do veículo entre freadas fortes e giros bruscos para que se machuquem.
Semana passada um juiz decidiu que os seis policiais acusados responderão separadamente à Justiça.
Esta semana o juiz Barry Williams deverá decidir se os julgamentos dos agentes, que se declararam inocentes, acontecerão fora ou dentro da cidade de Baltimore.
A indenização concedida à família de Gray é maior que a compensação de US$ 5,9 milhões paga aos familiares do afro-americano Eric Garner, que morreu em julho do ano passado quando um policial de Nova York praticou uma chave de estrangulamento não autorizada.
Os casos de Garner e Gray não são os únicos recentes de mortes de afro-americanos por policiais. Michael Brown em Ferguson (Missouri) e Tamir E. Rice, de apenas 12 anos, em Cleveland (Ohio), também morreram nessas circunstâncias. EFE
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