Famílias que participaram da ocupação dizem que não tinham onde morar
O Batalhão de Choque da Polícia Militar está concluindo o processo de desocupação do prédio da OI, no Engenho Novo, na zona norte da cidade. Poucas pessoas ainda permanecem no prédio. Muitos dos que conseguiram sair do local se mantêm na calçada em frente ao edifício, com os pertences que conseguiram levar. É o caso do desempregado Reginaldo Pereira, de 31 anos, que resolveu participar da ocupação com a mulher e o filho de 1 ano, porque não conseguia pagar o aluguel no Jacarezinho. “Chegaram às 4h e jogaram gás de pimenta nos olhos de todo mundo sem termos oferecido nemhuma resistência”.
Lúcia Helena Santana, 61 anos, também recorreu à ocupação para fugir do aluguel. “Eu não tinha onde morar, porque não tinha mais dinheiro para pagar aluguel”. Humalira Ribeiro, de 25 anos, veio de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, onde morava em uma casa com quatro irmãs. “Todas elas têm filhos, imagina como era difícil viver lá”.
No momento, dezenas de moradores que deixaram o prédio da Oi estão fazendo um ato pacífico, gritando: “Queremos residência”. Mais cedo, houve tumulto na entrada da Favela do Jacarezinho, onde manifestantes jogaram pedras nos militares e atearam fogo a entulho deixado no meio da rua. Os policiais militares, lotados na Unidade de Polícia Pacificadora do Jacarezinho, recorreram a bombas de gás lacrimogêneo, além de disparar tiros de pistola para o alto a fim de dispersar os manifestantes.
O tráfego continua congestionado em vários pontos da zona norte, devido ao processo de desocupação do prédio da Oi. O Viaduto Noel Rosa permanece fechado nos dois sentidos; a Avenida Lepoldo Bulhões, em Manguinhos, também está interditada. O mesmo ocorre nas ruas 2 de Maio, Baronesa de Pirassununga, Álvares de Azevedo e no viaduto do Jacaré, interditados ao tráfego por medida de segurança.
A RioÔnibus, que representa o sindicato patronal, confirma que um ônibus da Linha 629 (Saenz Peña/Irajá) foi totalmente destruído. Outro foi incendiado há pouco na Rua Vigilante Serafim, no Engenho Novo, a poucos metros do prédio da Oi.
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