Felipe VI completa 1 ano à frente da monarquia espanhola

  • Por Agencia EFE
  • 18/06/2015 12h42

Antonia Méndez Ardila.

Madri, 18 jun (EFE).- Felipe VI completa amanhã um ano desde que foi proclamado rei da Espanha e propôs abrir um “novo tempo” para a monarquia, depois da abdicação de seu pai, o rei Juan Carlos I, no poder desde 1975.

Nestes 12 meses, Felipe de Bourbon tentou se aproximar de sociedade depois que ter crescido o debate sobre a monarquia, uma instituição que até pouco tempo não era questionada no país.

Conforme um levantamento do Centro de Pesquisas Sociológicas (CIS) em abril, 57,4% dos espanhóis apoiavam a forma como Felipe VI conduzia seu trabalho e a monarquia estava no 5º lugar no quesito confiança dos cidadãos nas instituições do Estado.

Já em seu discurso de proclamação perante a Corte em 19 de junho de 2014, o rei apostou em “uma monarquia renovada para um novo tempo” e se comprometeu com a exigência dos cidadãos a ética e a moralidade na vida pública. Neste sentido, uma das medidas mais simbólicas foi tomada este mês, quando decidiu retirar o título de duquesa de Palma de Mallorca de sua irmã Cristina, acusada de fraude fiscal e lavagem de dinheiro, em um caso no qual seu marido, Iñaki Urdangarin é acusado desses mesmos delitos, além de outros seis.

Neste ano, também realizou medidas a favor da transparência na Casa Real, como publicar todas as retribuições e contratos, auditar as contas da instituição e proibir os membros da família real de receber presentes.

Felipe VI assumiu a chefia do Estado, que constitucionalmente é símbolo de unidade da Espanha, em um momento de fortes tensões territoriais. Ao longo destes meses, visitou com a rainha Letizia todas as regiões do país, especialmente a Catalunha, onde em novembro foi realizada uma consulta informal sobre sua independência, considerada ilegal pelo Tribunal Constitucional.

O monarca desenvolveu também uma importante agenda internacional. Ao todo, foram 17 viagens oficiais à Europa, América e África. Visitou os países vizinhos Portugal, França e Marrocos, além de Itália, Alemanha, Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Do outro lado do Atlântico, Felipe VI esteve na Cúpula Ibero-Americana em Veracruz, no México, e viajou aos Estados Unidos, onde se reuniu com o presidente Barack Obama e participou da Assembleia Geral das Nações Unidas. O monarca também esteve neste um ano na Cúpula da União Africana (UA) realizada em Adis-Abeba (Etiópia).

Felipe VI e a rainha Letizia deram frescor aos eventos oficiais. Passaram a se sentar na primeira fila, ao lado do público, e nas saudações que recebem cada vez mais apertos de mão do que reverências. Os atendimentos a clientes oficiais também são mais plurais, com representação de coletivos até agora afastados destes atos, como o público GLS, jovens artistas, empreendedores, membros de ONG e atletas.

A proclamação de Felipe VI transformou sua esposa em rainha da Espanha e sua primeira filha, Leonor, em princesa das Astúrias, título dado aos herdeiros da Coroa no país. Letizia, além de acompanhá-lo em inúmeros atos oficiais, desenvolveu uma agenda própria, centrada nas cooperações nacional e internacional nas áreas de saúde, integração social e defesa dos direitos da criança e da mulher.

Este ano ela, que fora jornalista antes de entrar para a realeza, fez sua primeira viagem de cooperação, que a levou a Honduras e El Salvador. A esposa do rei também visitou Viena, Lisboa e Roma, onde foi recebida pelo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva, por ocasião de sua nomeação como embaixadora especial deste organismo para a nutrição.

Em 19 de junho de 2014, Leonor de Borbón se tornou princesa das Astúrias, embora quase nada tenha mudado na vida da menina de nove anos, que continua com as atividades escolares, assim como sua irmã, a infanta Sofía. Mas a intimidade das crianças é preservada e, por isso mesmo, elas aparecem em apenas dois atos públicos durante estes 12 meses.

Com o novo monarca, a família real também foi reduzida. Agora, o núcleo familiar inclui apenas Felipe e Letizia, Juan Carlos e Sofía, além da princesa e da infanta. EFE

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