Final feliz para sudanesa que se livrou da forca e foi detida no aeroporto

  • Por Agencia EFE
  • 26/06/2014 14h29

Cartum, 26 jun (EFE).- Depois de ter sido condenada à morte na forca por se casar, dado à luz na prisão, ter a pena anulada, mas ser detida no aeroporto de Cartum por uso de supostos documentos falsos, finalmente Mariam Yahya Ibrahim, a médica sudanesa de 27 anos foi libertada nesta quinta-feira.

De acordo com seu advogado, Muhanad Mustafa, a libertação foi conseguida após o pagamento de uma fiança. Ele explicou à Agência Efe que Mariam tentará conseguir novos documentos para viajar para os Estados Unidos para viver com seus dois filhos e o marido Daniel Wani, de origem sul-sudanês com nacionalidade americana.

A mulher foi acusada de falsificação de documentação e de dar informações fraudulentas, por isso a Procuradoria Geral ordenou na terça-feira passada sua detenção durante 24 horas.

Na segunda-feira passada, o Tribunal de Apelação de Cartum decidiu anular a condenação à morte que Miraim tinha recebido por sua suposta renúncia ao islã e conversão ao cristianismo, ao considerar que a decisão em primeira instância ditada contra ela estava baseada em “provas frágeis e contraditórias”.

Mariam Yahya Ibrahim e Daniel Wani se casaram em uma Igreja Católica em Cartum há três anos, e o casal teve o primeiro filho antes de começar o processo judicial. No entanto, o juiz a condenou a 100 chicotadas, à execução na forca e declarou nulo o casamento, já que as leis da “sharia” (lei islâmica) não permitem que uma mulher muçulmana se case com um cristão.

Durante todo esse tempo, ela sustentou não ser muçulmana já que o pai, que era muçulmano, se divorciou de sua mãe quando ela tinha apenas seis meses, logo ela não recebera tal criação. Na época, Miriam foi denunciada pelos próprios irmãos, que acusavam de renunciar à religião muçulmana e de abandonar a oito anos o lar. EFE

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